Viver na Lua é possível, mas com essa condição

Astronautas devem voltar à Lua em breve, mas existe uma preocupação com os efeitos de uma longa estadia no espaço à saúde deles
Alessandro Di Lorenzo21/06/2024 05h01
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"Earthrise", famosa foto tirada por William Anders, em 1968, mostrando a perspectiva de alguém na Lua olhando a Terra (Imagem: William Anders/NASA)
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A Lua voltou a ser uma prioridade das agências espaciais mundiais, inclusive da NASA. Após mais de 50 anos, a humidade deve voltar a pisar no satélite natural da Terra muito em breve. No entanto, existe uma preocupação com a saúde dos astronautas envolvidos nestas futuras missões.

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Novas missões espaciais estão previstas para a Lua (Imagem: Pascal Fouquet)

Análise dos impactos à saúde dos astronautas

  • É por isso que cientistas criaram o primeiro biobanco de medicina aeroespacial.
  • O Space Omics and Medical Atlas (SOMA) já conta com 2.911 amostras de várias missões espaciais.
  • O objetivo é ajudar a padronizar medições biológicas e compartilhamento de dados para pesquisas clínicas, celulares e genéticas.
  • Dessa forma, será possível entender os impactos que os voos espaciais têm na saúde dos astronautas.
  • No futuro, pesquisadores acreditam que será possível criar as condições necessárias para garantir a adaptação humana não só na Lua, mas no espaço de uma forma geral.
Lado oculto da Lua visto pelo Chang'e-6 (Crédito: CNSA/CLEP)
Lado oculto da Lua visto pelo Chang’e-6 (Imagem: CNSA/CLEP)

Viagens espaciais mais longas podem trazer prejuízos graves

A ciência já sabe que mesmo viagens curtas ao espaço podem desencadear uma série de efeitos no corpo humano. Já foram identificadas mudanças celulares, moleculares e fisiológicas fundamentais, que podem levar, por exemplo, ao desenvolvimento de anemia espacial. Apesar disso, estas consequências tendem a ser revertidas após o retorno à Terra.

O grande desafio dos cientistas é tornar seguras viagens cada mais distantes e longas ao espaço. Dessa forma, é fundamental entender quais são os impactos da microgravidade nestes cenários.

Pesquisadores apontam que as estruturas atuais para a medicina aeroespacial são incipientes e estão muito aquém dos avanços na medicina de precisão na Terra. Por isso, é necessário um rápido desenvolvimento de bancos de dados, ferramentas e protocolos de medicina espacial.

Segundo a equipe, a partir do novo banco de dados, será possível aplicar os mesmos protocolos na coleta, processamento e análise de amostras em várias missões permitirá validar e comparar descobertas com outros cientistas, além de agências espaciais e governos de todo o mundo.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.