Nesta segunda-feira (24), a Reuters divulgou que as gravadoras musicais Sony Music, Universal Music Group e Warner Records processaram duas empresas de inteligência artificial (IA), sob a alegação de violação de direitos autorais.

Segundo a agência de notícias, as gravadoras acusam a Suno e a Udio por, supostamente, terem utilizado canções delas para treinar seus sistemas de IA voltados para a geração de música.

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Gravadoras acusam Suno de ter copiado 662 músicas ilegalmente (Imagem: Reprodução/Suno)

Empresas de IA teriam usado, indevidamente, músicas para treinar IA

  • A agência de notícias explica que, de acordo com o processo judicial, as companhias teriam copiado músicas sem permissão para ensinar suas respectivas IAs a criarem música que “concorrerá diretamente, barateará e, em última análise, suprimirá” o trabalho de artistas humanos;
  • A ação contra a Udio foi movida em Nova York (EUA), enquanto a que atinge a Suno, foi movida em Massachusetts (EUA);
  • O processo aponta que usuários dos serviços de Suno e Udio teriam conseguido recriar elementos de algumas músicas, como “My Girl”, do The Temptations, “All I Want for Christmas Is You” de Mariah Carey e “I Got You (I Feel Good)” de James Brown;
  • Além disso, as IAs teriam condições de recriar vocais “indistinguíveis” de alguns cantores, como Michael Jackson, Bruce Springsteen e a banda sueca ABBA;
  • As gravadoras querem indenizações de até US$ 150 mil (R$ 808,82 mil, na conversão direta) por música copiada;
  • Elas acusam a Suno de ter copiado 662 músicas e, a Udio, 1,67 mil.

Em resposta à Reuters, o CEO da Suno, Mikey Shulman, disse, em comunicado, que “nossa tecnologia é transformadora; ela foi projetada para gerar resultados completamente novos, não para memorizar e regurgitar conteúdo pré-existente”.

Até o momento da publicação desta reportagem, a agência não recebeu resposta da Udio sobre o tema.

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A Suno tem sede em Cambridge, Massachussetts (EUA), enquanto a Udio está localizada em Nova York (EUA). Ambas arrecadaram milhões de dólares em financiamento para suas tecnologias de IA somente em 2024, informa a agência. Seus sistemas criam música a partir de comandos de texto enviados pelo usuário.

Ainda no processo, as gravadoras afirmam que Suno e Udio foram “deliberadamente evasivas” acerca do material utilizado para treinar suas respectivas tecnologias, além de que os revelar “admitiria violação intencional de direitos autorais em escala quase inimaginável”.

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Serviços não-licenciados, como Suno e Udio, que afirmam que é ‘justo’ copiar o trabalho da vida de um artista e explorá-lo para seu próprio lucro sem consentimento ou pagamento, prejudicam a promessa de uma IA genuinamente inovadora para todos nós.

Mitch Glazier, CEO da Recording Associação da Indústria da América, em comunicado

Já a Udio teria se aproveitado, de forma irregular, de mais de mil canções (Imagem: Reprodução/Udio)

Guerra entre IA e autores não é nova

A disputa judicial entre empresas geradoras de IA e criadores de conteúdo não é recente.

Músicos, escritores, empresas de mídia e outros acusam várias IAs de terem sido alimentadas indevidamente com seus conteúdos, entre eles, o ChatGPT, da OpenAI.

Do outro lado da mesa, as empresas de IA argumentam que seus sistemas utilizam, de forma justa, o material protegido por direitos autorais.

Os recentes problemas envolvendo direitos autorais fizeram empresas, como a OpenAI, firmarem parcerias com os criadores de conteúdo, especialmente as empresas de mídia, para alimentar seus sistemas.