Adeus, Suno? Gravadoras processam empresas que fazem música com IA

Startups responsáveis por geradores de música de inteligência artificial são acusadas de explorar obras de artistas como Mariah Carey
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 26/06/2024 00h05
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(Imagem: Something Special/Shutterstock)
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Gravadoras como Sony Music Entertainment, Universal Music Group e Warner Records estão movendo processos contra a Suno e a Udio, geradores de música de IA, por violação de direitos autorais. De acordo com a Associated Press, as gravadoras alegam que as duas startups estariam explorando obras de artistas como Chuck Berry e Mariah Carey.

Entenda:

  • Grandes gravadoras estão processando a Suno e a Udio, geradores de música de IA, por violação de direitos autorais;
  • A alegação é de que as startups estariam explorando obras de artistas como Chuck Berry e Mariah Carey;
  • A Suno disse que os usuários não têm permissão para referenciar artistas específicos, e a Udio ainda não se pronunciou sobre o caso;
  • As informações são da Associated Press.
Mariah Carey em especial para o Apple TV+ (Imagem: reprodução/Apple TV+)
Startupts são acusadas de explorar músicas de artistas como Mariah Carey. (Imagem: Reprodução/Apple TV+)

O caso contra a Suno foi aberto em Boston, e o contra a Uncharted Labs, desenvolvedora do Udio, segue em Nova York. Mikey Shulman, CEO da Suno, disse à AP que os usuários não têm permissão para referenciar artistas específicos, e que o programa foi “projetado para gerar resultados completamente novos, não para memorizar e regurgitar conteúdo pré-existente.”

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Shulman ainda disse que a startup tentou contatar as gravadoras, mas, “em vez de manter uma discussão de boa fé”, as empresas “voltaram ao antigo manual liderado por advogados”. Até o momento, a Udio não se pronunciou sobre o caso.

IA vem causando mobilizações na indústria musical. (Imagem: Vitória Gomez via DALL-E/Olhar Digital)

Em comunicado divulgado na segunda-feira (24), Mitch Glazier, presidente da Recording Industry Association of America, alegou que “serviços não licenciados como Suno e Udio que afirmam que é ‘justo’ copiar o trabalho da vida de um artista e explorá-lo para seu próprio lucro sem consentimento ou pagamento prejudica a promessa de uma IA genuinamente inovadora para todos.”

A mobilização da indústria musical contra as empresas de IA não é novidade. Em março deste ano, por exemplo, o Tennessee implementou leis de proteção de profissionais da indústria em relação à inteligência artificial – tornando-se o primeiro estado dos EUA a adotar a medida.

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.