Um novo estudo sugere que uma camada de diamantes com quilômetros de espessura pode estar presente sob a crosta de Mercúrio. A proposta muda o entendimento atual sobre o processo de formação deste planeta.

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Diamantes podem estar presentes sob a superfície do planeta (Imagem: Bjoern Wylezich/Shutterstock)

Abundância de grafite e carbono no planeta

  • Missões espaciais passadas já revelaram que Mercúrio conta com uma grande quantidade de grafite na superfície do planeta.
  • Isso é resultado da abundância de carbono por lá.
  • A teoria mais aceita por cientistas é que o oceano de magma presente em Mercúrio tenha feito com que gases como dióxido de carbono deixassem o planeta rumo ao espaço.
  • No entanto, um novo estudo publicado na revista Nature Communications aponta para outra possibilidade.
  • Os pesquisadores responsáveis pelo trabalho afirmam que a abundância de grafite na crosta indica que Mercúrio continuou saturado de carbono durante a formação do núcleo e a cristalização total do oceano de magma.
Representação artística do planeta Mercúrio (Imagem: buradaki/Shutterstock)

Duas possibilidades para a formação de diamantes

A conclusão apresentada abre duas possibilidades envolvendo a formação de diamantes. Os materiais podem ter sido produzidos a partir do oceano de magma ou foram espremidos para fora do núcleo à medida que ele se cristalizava.

O primeiro cenário só é possível se Mercúrio tivesse bastante enxofre, pois isso teria mudado a química a ponto de a produção de diamantes ser possível. Mesmo que a substância fosse abundante, os autores consideram a produção de diamantes em larga escala seria improvável, embora não impossível.

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Dessa forma, a segunda teoria parece ser mais plausível. À medida que o núcleo interno sólido do planeta se formava, o carbono teria sido forçado a sair, criando uma camada de diamante com quilômetros de espessura.

Altas temperaturas poderiam ter queimado as partes externas dessa camada, mas grande parte da estrutura poderia sobreviver, ficando entre o núcleo de Mercúrio e seu manto de silicato. A condutividade desta camada de diamante ainda poderia contribuir para o campo magnético de Mercúrio, revelam os pesquisadores.