Estação Espacial Internacional (ISS). Crédito: Artsiom P - Shutterstock
Um satélite russo desativado se desintegrou em mais de 100 pedaços no espaço na quarta-feira (26), lançando ainda mais lixo espacial na órbita terrestre. Agências espaciais dos Estados Unidos confirmaram que astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional tiveram que se abrigar em suas respectivas espaçonaves por cerca de uma hora.
O satélite russo que se desintegrou foi o RESURS-P1, declarado morto em 2022. A agência espacial russa, a Roscosmos, responsável pelo dispositivo, ainda não se pronunciou.
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As agências americanas não revelaram o que causou a queda do satélite russo. Os mais de 100 pedaços desintegrados foram lançados em órbita próximos da Estação Espacial Internacional, obrigando os tripulantes a se abrigarem em suas respectivas espaçonaves.
O alerta de “evacuação” durou apenas uma hora e os astronautas puderam voltar a seus trabalhos na Estação.
Segundo a agência de notícias Reuters, a empresa de rastreamento espacial LeoLabs identificou que o satélite ainda estava liberando fragmentos no espaço depois de oito horas do início da desintegração.
O Comando Espacial Americano monitora esses destroços e revelou que não há ameaça imediata a outros satélites na órbita terrestre.
Além do risco aos tripulantes da Estação Espacial Internacional, o satélite russo que se desintegrou criou ainda mais lixo espacial na órbita terrestre.
A Roscosmos não se pronunciou sobre o dispositivo, mas o país já havia sido alvo de críticas por agências americanas e de outros países ocidentais em relação ao lixo espacial.
Em 2021, a Rússia atingiu outro satélite desativado com um míssil antissatélite terrestre (ASAT, na sigla em inglês), como parte de um teste de armas antes da invasão à Ucrânia no ano seguinte. O resultado foi uma explosão em milhares de detritos em órbita.
Durante os 88 minutos iniciais da desintegração do RESURS-P1, o satélite sobreevou Plesetsk, base russa de onde o país lançou o míssil anterior. Não há indícios que a Rússia tenha atingido propositalmente o dispositivo (mas especialistas não descartam completamente essa hipótese, de acordo com fontes da Reuters).
Também é possível que a ruptura tenha acontecido por alguma falha na estrutura, com o combustível restante a bordo causando uma explosão.
Conforme a órbita da Terra vê um aumento no número de satélites e a desativação de outros, a questão do lixo espacial se agrava. Se os destroços colidirem com os dispositivos, podem arriscar comunicações, serviços de internet e navegação no planeta.
Os astronautas da NASA Butch Wilmore e Sunni Williams embarcaram na nave Starliner, a cápsula da Boeing que está atracada desde 6 de junho em sua primeira missão de teste tripulada na estação.
Três dos outros astronautas norte-americanos e um cosmonauta russo entraram na cápsula Crew Dragon, da SpaceX, que os levou até a estação em março. O sexto astronauta norte-americano se juntou aos dois cosmonautas restantes em sua cápsula russa Soyuz, que os levou até lá em setembro do ano passado.
Esta post foi modificado pela última vez em 27 de junho de 2024 20:50