O calor extremo no hemisfério norte não está poupando nem mesmo o Ártico. Um dos reflexos das ondas de calor cada vez mais comuns e das mudanças climáticas são os enormes incêndios florestais na região. Estes episódios, podem elevar as emissões de gases de efeito estufa ao terceiro maior nível das últimas duas décadas para o mês de junho.

Incêndios em áreas congeladas têm se tornado mais comuns (Imagem: Roberto Sorin/Shutterstock)

Queimadas devem piorar até agosto

  • O alerta foi emitido nos últimos dias em um comunicado do Copernicus, serviço de monitoramento climático da União Europeia.
  • Até então, as maiores emissões no círculo ártico haviam sido registradas em 2019 e 2020, com 16,3 megatoneladas e 13,8 megatoneladas, respectivamente.
  • Já em junho deste ano, elas somaram 6,8 megatoneladas.
  • A situação, no entanto, deve piorar.
  • As previsões indicam que o pico dos incêndios florestais na região aconteçam durante os meses de julho e agosto.

Leia mais

publicidade
Temperaturas acima da média no Ártico (Imagem: reprodução/Copernicus)

Temperaturas no Ártico têm aumentado mais rápido do que no resto do mundo

A maior parte das queimadas está localizada no nordeste da Rússia, na região da Sibéria. Por lá, grandes porções de floresta e estepe já haviam sido consumidas pelo fogo no verão de 2021. Segundo das autoridades russas, existem atualmente pelo menos 176 focos de incêndio, afetando uma área de 619 mil hectares, o equivalente a dois terços da cidade de São Paulo.

Os pesquisadores explicam que à medida em que as temperaturas sobem no Ártico, incêndios florestais se tornam mais comuns também em áreas de alta latitude. Estes fenômenos de grande intensidade podem consumir florestas boreais e tundras, liberando enormes quantidades de gases de efeito estufa que até então estavam confinados no solo.

publicidade

Segundo o Copernicus, as temperaturas até 7 ºC acima da média registrada entre 1991 e 2020, e as chuvas escassas favorecem a ocorrência das queimadas. O serviço de monitoramento climático da União Europeia alerta que o Ártico tem aquecido em um ritmo muito acima do planeta como um todo.

A fumaça emitida pelas chamas também pode ficar depositada sobre o gelo. Isso reduz a capacidade do gelo de refletir a radiação solar, fazendo com que tanto a terra quanto o mar abaixo dele absorvam mais calor, destacam os especialistas.