IA pode substituir cobaias em estudos científicos?

Especialistas apontam que modelos de IA se comunicam com tanta fluência que muitas vezes parecem idênticos a participantes reais de pesquisas
Alessandro Di Lorenzo02/07/2024 06h05
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Imagem feita com inteligência Artificial. Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital/DALL-E
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Os limites da inteligência artificial ainda não são conhecidos. E enquanto a tecnologia continua a ser aperfeiçoada, alguns pesquisadores analisam a possibilidade de usar a IA para, por exemplo, substituir participantes humanos em pesquisas.

inteligência artificial
Inteligência artificial é alternativa para substituir participantes de estudos científicos (Imagem: jittawit21/Shutterstock)

Semelhança com humanos reais impressiona

  • Especialistas apontam que modelos como o ChatGPT se comunicam com tanta fluência que muitas vezes parecem idênticos a participantes reais de pesquisas.
  • E como encontrar participantes para estes estudos não é uma tarefa fácil, especialmente por questões como falta de tempo e burocracias como a submissão das pesquisas a comitês de ética (que podem aprovar ou não a participação humana), a IA é vista como uma alternativa.
  • A dúvida é se isso forneceria dados confiáveis.
  • Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte e do Instituto Allen para IA, ambos nos Estados Unidos, pediram em 2023 que o sistema GPT-3.5, da empresa OpenAI, julgasse a ética de 464 situações previamente avaliadas por pessoas.
  • As respostas foram quase idênticas às humanas, o que aumentou as esperanças em relação ao uso da tecnologia para substituir cobaias reais.

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Ilustração de pessoa trabalhando em escritório futurístico usando inteligência artificial
IA pode facilitar realização de estudos científicos (Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital)

Benefícios e limitações da IA

O principal benefício da adoção de IA é a economia de tempo e dinheiro para obter respostas necessárias para os estudos. Mesmo que a tecnologia não substitua totalmente a participação humana, ela pode servir como teste para questionários que serão enviados a pessoas de verdade.

Além disso, temas sensíveis, como suicídio e violência, poderiam ser mais estudados com o uso de modelos generativos no lugar de pessoas reais, por exemplo. Experimentos com IA que simulam a resistência humana à dor também têm sido realizados.

Apesar das potencialidades, alguns cientistas afirmam que a forma como uma tecnologia é treinada interfere nas respostas dadas. Dessa forma, a inteligência artificial não forneceria informações válidas para pesquisas científicas.

Pesquisadores também lembram que os modelos generativos costumam reproduzir o que já existe, em vez de inovar. O pensamento e o comportamento humanos mudam, e essas mudanças nem sempre são captadas por IA alimentadas com dados anteriores a elas.

Há também quem defenda que estas ferramentas ainda não são capazes de captar todas as nuances do comportamento humano. As informações são do Nexo Jornal.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.