Pouco mais de dois meses após a maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, a primeira “cidade provisória” do estado será inaugurada em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. O local vai abrigar famílias que perderam suas casas em razão das enchentes.

Espaço conta com casas enviadas pela ONU

Oficialmente chamado de Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) – Recomeço, o espaço dispõe de 126 unidades habitacionais, cedidas pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), e tem capacidade para acolher cerca de 630 pessoas.

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Cada uma das casas tem 17,5 m² e pesa 140 quilos. Elas contam com porta, quatro janelas, quatro espaços de ventilação e sistema simples de iluminação. As paredes e teto são de espuma poliolefina, um material isolante rígido à prova d’água e com propriedades que protegem do sol e do calor, sustentados por uma estrutura em aço que é fixada ao chão por ganchos que funcionam como âncoras.

O tempo de montagem de cada uma destas casas é de até cinco horas. E a vida útil destes abrigos é de até três anos.

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Casas montáveis enviadas pela ONU serão utilizadas nos espaços (Imagem: divulgação/ONU)

De acordo com o governo gaúcho, a estrutura do CHA foi montada com “sistema octanorm (tubos de alumínio com oito lados) e placas de TS (material compacto e estável)”. São espaços modulares em formato de galpão e tenda piramidal, com estruturas metálicas e divisórias internas.

O pavilhão do Centro Humanitário comporta conta com com cozinha comunitária, refeitório, lavanderia, fraldário, áreas para assistência médica e social, de convivência, para crianças, animais de estimação, além de banheiros masculinos, femininos e neutros.

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As autoridades do RS também esperam inaugurar dois novos espaços nas próximas semanas. No total, cinco Centros Humanitários de Acolhimento serão instalados em três locais de Porto Alegre e em dois de Canoas. Juntos, eles poderão abrigar 3,7 mil pessoas.

Segundo o governo do Rio Grande do Sul, as “cidades provisórias” são uma solução transitória entre os abrigos onde as pessoas estão atualmente e as residências definitivas que serão construídas através de programa habitacional já anunciado pelo governo federal.

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Centro Humanitário de Acolhimento em Canoas tem área de convivência (Imagem: divulgação/ Governo do Rio Grande do Sul

Leia mais

Tragédia climática no Rio Grande do Sul

  • De acordo com a Defesa Civil, foram pelo menos 180 mortes confirmadas pelas fortes chuvas e enchentes que atingiram o RS.
  • São 32 pessoas desaparecidas, e milhares continuam desalojadas.
  • A tragédia climática causou impactos severos em mais de 470 dos 497 municípios gaúchos, afetando diretamente mais de dois milhões de pessoas.
  • O lago Guaíba atingiu o maior nível da história, passando dos 5 metros e 30 centímetros.
  • O Aeroporto Internacional Salgado Filho foi um dos mais atingidos e segue fora de operação.
  • Na região Sul, a Lagoa dos Patos também inundou alguns municípios, caso de Rio Grande.
  • Em 2023, uma série de desastres climáticos causou uma verdadeira devastação no Rio Grande do Sul.
  • Foram registradas 16 mortes em junho, 54 em setembro e outras 5 em novembro.