Navegadores de internet estão sendo repensados na maneira que são desenvolvidos, em uma tentativa de ganharem uma cara mais adequada ao grande volume de conteúdo corporativo que eles carregam atualmente.

Projetados e construídos originalmente para consumidores, os navegadores agora podem se conectar a uma variedade de aplicativos de local de trabalho, desde software de gerenciamento de relacionamento com clientes até videoconferências.

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O que ainda surge como obstáculo é que deixar os aplicativos seguros e prontos para serem executados em um navegador comercial pode levar muito tempo, dinheiro e complexidade.

Muitas vezes, é preciso usar redes privadas virtuais ou configurações de desktops virtuais, que sacrificam às vezes a experiência do usuário em prol da segurança. O tema foi discutido em uma reportagem do Wall Street Journal.

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Brian Coleman, diretor sênior de segurança da informação global e análise forense digital da Pfizer, alega que ainda existem “lacunas” em como preparar aplicativos para rodar em um navegador comercial.

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Na esperança de preencher essas lacunas, algumas empresas de software estão oferecendo recursos de navegação projetados especificamente para o local de trabalho, com controles de segurança integrados e melhor integração de aplicativos empresariais.

O caminho para se tornar mais empresarial tem sido o foco da indústria de navegadores há alguns anos, segundo Robert Shield, diretor de engenharia da unidade Chrome Enterprise do Google.

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O Chrome Enterprise Core, que existe desde o final de 2020, é um serviço de gerenciamento de nuvem baseado no Google Chrome e que oferece recursos de segurança.

Uma combinação de fatores, incluindo o trabalho remoto e o aumento contínuo de aplicativos de software como serviço baseados em nuvem, levaram a uma reimaginação de qual deveria ser o papel do navegador, de acordo com Shield.

“O que estamos realmente vendo é essa mudança na forma como as pessoas pensam sobre os navegadores não apenas como aquilo que lhes permite usar os aplicativos, mas também como aquilo que lhes permite proteger seus dados e seus funcionários”, diz o executivo.

Página do Google Workspace aberta em navegador num MacBook
Navegadores mais adequados as necessidades das empresas tem sido mais valorizados (Imagem: Vladimka production/Shutterstock)

Navegadores empresariais deverão ganhar espaço

  • Uma pesquisa da Gartner estima que, até 2030, os navegadores empresariais se tornarão a plataforma central para fornecer produtividade da força de trabalho e software de segurança nos dispositivos.
  • A Pfizer disse que implantou o navegador empresarial da Island em alguns casos de sua rotina corporativa e pretende ampliar essa implantação no futuro.
  • Coleman se disse inicialmente cético em pagar por um navegador, já que os navegadores tradicionais estão disponíveis sem custo extra, mas descobriu que usar o Island é mais econômico, pois é capaz de consolidar algumas das outras medidas de segurança na pilha de tecnologia.

“Isso não vai resolver tudo, mas quando você busca melhorar a segurança, economizar dinheiro, e recursos maduros além do navegador básico – isso será muito importante no futuro”, disse Coleman.

Ele ainda afirmou que um dos benefícios do navegador empresarial é a capacidade de controlar facilmente quais dados os funcionários podem acessar nos aplicativos com base em sua função na organização – algo que é possível em navegadores comerciais, mas apenas com um grande esforço técnico.

O diretor de atendimento ao cliente da Island, Bradon Rogers, disse que as empresas também podem controlar como os usuários interagem com os dados, por exemplo, se eles têm permissão para copiá-los e colá-los em outros aplicativos ou carregá-los no ChatGPT.