Agora a China tem radar para rastrear mísseis muito mais rápidos que o som

Radar desenvolvido na China rastreia mísseis voando a quase 7 km/s – quase 70 vezes mais rápidos do que carros de Fórmula 1
Pedro Spadoni13/07/2024 14h35
Míssel hipersônico voando sobre o oceano
(Imagem: Anelo/Shutterstock)
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Quando o assunto é mísseis hipersônicos, vai ser difícil pegar a China de surpresa. Isso porque veio a público recentemente um novo sistema de radar capaz de rastrear mísseis voando a quase 7 km/s – equivalente a 25,2 mil km/h.

O sistema de radar foi desenvolvido por Zheng Xiaoping, professor do departamento de engenharia eletrônica da Universidade Tsinghua, na China, que passou décadas trabalhando em comunicação óptica ultra-rápida.

O artigo descrevendo o sistema de radar de mísseis hipersônicos foi publicado no periódico chinês Optical Communication Technology, segundo o jornal South China Morning Post.

Mísseis hipersônicos são ligeiros, mas radar chinês é mais

Radar chinês estima velocidade de mísseis com precisão de 99,7% (Imagem: Mike Mareen/Shutterstock)

No artigo, Zheng e sua equipe descrevem simulações baseadas em terra que mostraram que o sistema poderia rastrear um míssil viajando a quase 7 km/s, com uma taxa de erro de 28 centímetros.

Para você ter ideia, essa velocidade é:

  • 7 vezes mais rápido que uma bala de rifle;
  • 31 vezes mais rápido que um avião comercial;
  • 69 vezes mais rápido que um carro de Fórmula 1.

Além disso, o sistema foi capaz de estimar a velocidade do míssil com uma precisão de 99,7%. E, segundo o artigo, ele pode operar com alcance de 600 quilômetros.

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Míssil hipersônico sendo lançado de oceano
Uma das vantagens de mísseis hipersônicos era não ser rastreáveis por radares…até agora (Imagem: Alexyz3d/Shutterstock)

Mísseis hipersônicos são os capazes de voar a mais de Mach 5 (aproximadamente 2 km/s). O teste do novo sistema mostrou que ele poderia ser eficaz no rastreamento de mísseis viajando a Mach 20 – isto é, e movendo a 20 vezes a velocidade do som.

Esse tipo de míssil é altamente manobrável, além de conseguir voar baixo – bem diferente dos mísseis balísticos intercontinentais que seguem um arco previsível pelo ar após serem lançados.

Acredita-se que a velocidade e manobrabilidade dos mísseis hipersônicos permitiriam que eles evitassem sistemas de mísseis antiaéreos e sistemas de detecção por radar. Mas isso mudou. Pelo menos, na China.

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.