Avião espacial com motor de foguete fará testes sem limite de velocidade

Empresa responsável pela produção de aeronave poderosa agora mira em voos de teste supersônicos ainda neste mês
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 14/07/2024 08h15, atualizada em 15/07/2024 21h11
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O avião espacial suborbital Mk-II Aurora subiu aos céus no ano passado para seu vôo inaugural com motor de foguete. Agora, a Dawn Aerospace recebeu o aval oficial da Autoridade de Aviação Civil da Nova Zelândia para realizar voos de teste em velocidades ilimitadas.

“Isso abre o próximo grande marco de desempenho para o veículo Mk-II, ou seja, o vôo supersônico“, disse Stefan Powell, CEO da Dawn Aerospace. “Até onde sabemos, este seria o primeiro UAV com financiamento privado a quebrar a barreira do som.”

Os primeiros testes do Mk-II Aurora foram, na verdade, em 2021. Naquele momento, a Autoridade de Aviação Civil havia concedido à Dawn permissão para operar em aeroportos convencionais para avaliar a fuselagem. Mas o demonstrador de tecnologia não disparou no ar, estando equipado com motores a jato substitutos.

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Anos depois, o avião espacial não tripulado fez seu vôo inaugural movido por um motor de foguete de peróxido de hidrogênio/querosene. Naquela época, ele conseguia velocidades de cerca de 196 mph (315 km/h) em altitudes de 6.000 pés (1.829 m).

Velocidade supersônica é a próxima meta

  • A Dawn realizou mais de 50 testes de voo usando motores a jato e foguetes desde 2021, e a certificação mais recente remove desbloqueia a velocidade ilimitada em altitudes de até 80.000 pés (24.385 m).
  • Isso levará o Mk-II além da linha visual do local “sem a necessidade de espaço aéreo restrito” e a velocidades supersônicas.
  • A última rodada de até 12 voos de teste está prevista para começar neste mês e durar até setembro, com o objetivo principal relatado de atingir Mach 1,1 (mais de 1.300 km/h) a uma altitude de 70.000 pés (aprox. 21.336 m).
  • Os planos também exigem uma demonstração de reutilização através da realização de dois voos por dia.

O objetivo final da empresa é levar o Mk-II a mais de Mach 3 (algo em torno de 3.700 km/h) enquanto transporta carga, no caminho para o desenvolvimento de uma aeronave não tripulada capaz de atingir uma altitude de 100 km, e fazê-lo várias vezes a cada ano.

O Mk II Aurora quer romper a barreira do som em novos testes – Imagem: Divulgação/Dawn Aerospace
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.