Conheça a história real que inspirou House of the Dragon (claro, sem dragões)

George R.R. Martin, autor da história adaptada para TV, admitiu que usou uma guerra civil britânica como inspiração para House of the Dragon
Alessandro Di Lorenzo17/07/2024 04h05
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Imagem: HBO/divulgação
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A série House of the Dragon é um enorme sucesso. Transmitida pela HBO e pela Max, a produção é um spin-off de Game of Thrones. Mas você sabia que a história é inspirada em acontecimentos reais? O próprio George R.R. Martin, autor da saga de livros que foi adaptada para a TV, já admitiu que usou elementos de uma grande guerra civil do passado.

A inspiração para House of the Dragon vem do século XII

Para começar precisamos dizer o óbvio. Não existem dragões ou criaturas místicas nos eventos que serviram como base para a série.

A inspiração para House of the Dragon vem do período britânico conhecido como “A Anarquia”. Ele tem suas origens em Henrique I, que governou a Inglaterra entre os anos de 1100 e 1135. O monarca se casou com Edite da Escócia, com quem teve dois filhos: Matilda e William. Este último era considerado o herdeiro legítimo ao trono. No entanto, ele morreu aos 17 anos de idade.

Apesar de Henrique I ter tido diversos filhos fora do casamento, somente Matilda poderia ser considerada uma herdeira legítima. Dois anos após a morte de William, Edite também faleceu. O rei então se casou com a jovem Adeliza de Louvain, com quem não teve nenhum filho.

Henrique I reuniu diversas vezes seus vassalos para que eles jurassem respeitar sua linha sucessória, indicando Matilda como a herdeira legítima do trono, algo sem precedente na história. A situação é semelhante à do Rei Viserys, de A Casa do Dragão, que aponta Rhaenyra como sua herdeira após o restante de sua linhagem ter sido morta.

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House of the Dragon é inspirada em uma história real (Imagem: HBO)

A diferença é que, enquanto Viserys teve outros filhos homens com Alicent, Matilda não tinha nenhum irmão como competidor. Mesmo assim, ela não assumiu o trono da Inglaterra após a morte de seu pai, que tinha arranjado um casamento entre ela e Geoffrey, Conde de Anjou, como forma de reforçar o juramento que seus vassalos tinham feito.

Por ser mulher, Matilda foi considerada como incapaz de assumir o trono. Assim, a coroa passou para Stephen de Blois, um primo da legítima herdeira da Inglaterra. As informações são da Smithsonian Magazine.

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A guerra civil pelo poder da Inglaterra

  • Mesmo sem o poder real, Matilda tinha alguns apoiadores.
  • Entre eles estavam seu marido, seu meio-irmão Robert, o Conde de Gloucester, e vários nobres que ou haviam se mantido fieis, ou estavam insatisfeitos com a maneira como o novo rei conduzia seus negócios.
  • Isso resultou na guerra civil conhecida como A Anarquia, que durou entre os anos de 1138 e 1153.
  • Enquanto as forças da herdeira do trono foram bem-sucedidas em invadir a Inglaterra e em capturar de Blois por certo período, ela só chegou a se sentar no trono por um breve período em 1141, sem nunca realmente reinar.
  • O conflito teve um grande impacto sobre a vida de camponeses, que tiveram suas terras invadidas e destruídas por vários exércitos.
  • A duração longa do conflito fez com que as forças de Matilda eventualmente passassem a ser lideradas por seu filho, Henry, que teve diversos sucessos militares, mas nunca teve uma vitória definitiva.
Obra retratando o período da Anarquia inglesa (Imagem: The British Library Catalogue of Illuminated Manuscripts)
  • O desgaste fez com que os dois lados chegassem a um acordo que colocou fim à Anarquia.
  • Enfraquecido politicamente, de Blois não conseguiu transformar o filho William em seu sucessor.
  • Com a morte do rei, Henry II assumiu o trono e iniciou um processo de reconstrução que durou mais de uma década.
  • O período conhecido como “A Anarquia” é considerado como um importante episódio da história inglesa e ajudou a estabelecer o domínio anglo-saxão sobre seus territórios.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.