Envelhecimento: medicamento pode aumentar nossa vida em até 25%

Terapia de inibição pode reduzir problemas físicos causados pelo envelhecimento e melhorar a saúde das células
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 19/07/2024 06h04, atualizada em 19/07/2024 21h49
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um remédio contra o envelhecimento pode, de fato, existir: pesquisadores da Duke-NUS Medical School, em Singapura, descobriram que uma proteína específica faz com que os humanos envelheçam. Mas um medicamento inibidor pode aumentar nossa longevidade e, assim, desacelerar doenças e problemas físicos relacionados ao avanço da idade.

Entenda:

  • Um medicamento que inibe a produção da proteína interleucina 11 (IL-11) pode aumentar a longevidade em até 25%;
  • A proteína está relacionada diretamente a fatores físicos causados pelo envelhecimento, como redução de massa muscular e acúmulo de gordura no fígado e abdômen;
  • Ensaios clínicos com camundongos mostram que o inibidor de IL-11 pode estender a vida dos animais em até 25%, impulsionando o metabolismo, atuando no processo de emagrecimento e inibindo os principais sinais de envelhecimento;
  • O medicamento também reduziu o número de casos de câncer e melhorou a saúde das células em geral;
  • O estudo foi publicado na revista Nature.
Pílula para prevenir envelhecimento é testada pelo exército dos EUA
Medicamento pode inibir fatores físicos relacionados ao envelhecimento. (Imagem: sabinevanerp/Pixabay)

Como explica a equipe em um estudo publicado na revista Nature, o bloqueio da produção de interleucina 11 (IL-11) – que aumenta com o passar do anos – pode reduzir drasticamente o surgimento de problemas como redução de massa muscular e força, acúmulo de gordura no fígado e abdômen e outros fatores causados pelo envelhecimento.

Leia mais:

Medicamento contra envelhecimento apresenta resultados promissores

Em ensaios clínicos, os pesquisadores administraram um medicamento anti-IL-11 em camundongos com 75 semanas de idade (cerca de 55 anos humanos) até a morte. A exclusão da proteína estendeu a vida dos animais em uma média de 24,9% (22,5% em machos e 25% em fêmeas), impulsionando seu metabolismo, produzindo gordura marrom – aliada ao processo de emagrecimento – e inibindo os principais sinais de envelhecimento.

Testes em camundongos apontam maior expectativa de vida, apoio ao processo de emagrecimento e outros benefícios. (Imagem: Evgeny Atamanenko/Shutterstock)

O medicamento também reduziu significativamente os casos de câncer, que está entre as principais causas de morte em camundongos mais velhos, e beneficiou a saúde das células em geral, mantendo a potência no funcionamento das mitocôndrias.

“Nosso objetivo é que, um dia, a terapia anti-IL-11 seja usada o mais amplamente possível para que as pessoas no mundo todo possam levar vidas mais saudáveis ​​por mais tempo. No entanto, isso não é fácil, pois os caminhos de aprovação para medicamentos para tratar o envelhecimento não são bem definidos, e levantar fundos para fazer ensaios clínicos nessa área é muito desafiador”, diz Stuart Cook, autor sênior do estudo, em comunicado.

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.