Como a IA pode fazer a diferença no futebol

Inteligência artificial já é realidade no futebol e pode ter impacto positivo para torcedores
Vitoria Lopes Gomez21/07/2024 07h03
Imagem de um jogador de futebol chutando uma bola de futebol em um campo dentro de um estádio. Ao redor da bola, há sinais que correlacionam futebol com tecnologia
(Imagem: Shutterstock AI Generator)
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Por Henrique Borges, CEO da Somos Young.
O futebol é um espelho da sociedade e um espelho não tem filtro, ele reflete todos os elementos que estão à sua frente, sejam bons ou ruins. Nas próximas linhas, optei por abordar somente uma parte boa e inevitável da história, por mais que seja misteriosa e temida por alguns gestores: a Inteligência Artificial (IA).

Otimizar recursos e potencializar resultados são dois objetivos que praticamente todo mundo tem em mente. Queremos gastar menos tempo, menos dinheiro e obter retornos maiores. Alguns coaches alertam que pegar atalhos é ruim, perigoso, e eu concordo — em partes. Se for pegar um caminho mais curto, pelo menos estude antes sobre ele e tenha uma estratégia bem definida para não se perder.

Atualmente, vejo a Inteligência Artificial realmente como um “atalho inteligente”. É a melhor opção para realizar trabalhos burocráticos, demorados e até mesmo criativos. Sua praticidade já está impactando todos os setores da economia e invadiu também o universo dos esportes. No futebol, a IA tem sido usada pelas comissões técnicas na análise dos adversários, no departamento comercial para mapeamento de mercado, na produção de conteúdo para redes sociais e também no relacionamento com o torcedor.

IA
Inteligência artificial já não é mais uma novidade no futebol (Imagem: Thapana_Studio/Shutterstock)

Com a tecnologia, é possível entregar velocidade no atendimento e isso ocorre porque a maioria dos casos são parecidos. De acordo com uma pesquisa de 2022, realizada pela LivePerson — companhia global de tecnologia —, 84% dos consumidores afirmaram que já precisaram repetir o motivo do contato ao ligar e enviar mensagens para uma mesma empresa de serviços. Treinada, a tecnologia permite acelerar o processo sem a necessidade de uma intervenção humana.

De forma geral, no futebol brasileiro, muitas vezes parece que o clube faz um favor de deixar o torcedor se tornar um sócio. Na minha visão, o torcedor é a figura mais importante e os clubes precisam servi-los 24 horas por dia. Essa é a linha que deve ser construída dentro do projeto com as equipes e é nisso que a IA se torna uma aliada essencial.

Imagine em um clube como o Flamengo, que possui uma torcida gigantesca. Quantas pessoas seriam necessárias para atender aos questionamentos dos torcedores full time? Com IA, mesmo diante de uma demanda intensa como essa, é possível promover um atendimento em real time, simulando comportamento humano e dando ao torcedor a velocidade e atenção que ele espera.

Jogador de futebol com pé sobre uma bola num campo
IA está sendo usada fora de campo nos futebols (Imagem: CBF)

Um estudo de 2024 da IBM, conduzido pela Morning Consult, entrevistou mais de 18 mil fãs de esportes em 10 países e constatou que, para 50% deles, a IA tem um potencial transformador no setor esportivo. Entre os mais jovens, de 18 a 29 anos, a porcentagem é ainda maior, com 58% mostrando entusiasmo pelo uso da IA nesse ambiente.

E, realmente, as oportunidades de aplicação são infinitas e já existem projetos que vão além do atendimento. Por meio da tecnologia, conseguimos escutar e responder áudios de forma automática, identificamos idiomas e até sotaques para operações regionalizadas. Também podemos prever os desejos do torcedor e ofertar uma camisa, uma experiência no clube e até os conectar a apps de transportes, hotéis e sugestões de vida noturna na praça do jogo, por exemplo.

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A Inteligência Artificial não é o futuro, ela já é o presente. Segundo uma pesquisa feita pela Salesforce, 70% da Geração Z utiliza a ferramenta e 52% confia nela para ajudar a tomar decisões. Já um levantamento da Brainy Insights prevê que os serviços de IA generativa atingirão uma receita de US$ 188 bilhões até 2032.

Jogador profissional de futebol em ação no estádio
IA pode melhorar até atendimento ao torcedor com aplicação correta no futebol (Imagem: Master1305/Shutterstock)

Hoje, os gestores dos clubes de futebol precisam olhar para o espelho e reconhecer que a IA faz parte da imagem ali projetada. Ela está em todos os lugares, mas a escolha de reconhecê-la e utilizá-la é individual.

É fato que estamos vivendo uma revolução e que as ferramentas estão à nossa disposição. Você escolhe encarar a mudança e usar as ferramentas a seu favor ou fingir que nada mudou até que seja tarde demais?

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.