A Nvidia está desenvolvendo uma versão de seus novos chips de inteligência artificial (IA) para o mercado chinês, compatível com os controles de exportação dos EUA. A série de chips “Blackwell”, revelada em março, será lançada em parceria com a Inspur, com remessas previstas para o segundo trimestre de 2025.

A informação foi revelada com exclusividade pela agência de notícias Reuters.

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Em março, a Nvidia revelou sua série de chips “Blackwell”, prevista para entrar em produção em massa no final deste ano. Esses novos processadores combinam dois quadrados de silício do tamanho da oferta anterior da empresa. Dentro da série, o B200 é 30 vezes mais rápido que seu antecessor em algumas tarefas, como responder a perguntas de chatbots.

Blackwell B200 GPU (Imagem: Nvidia)

A Nvidia trabalhará com a Inspur, um de seus principais parceiros de distribuição na China, para o lançamento e distribuição do novo chip voltado para o mercado chinês, provisoriamente chamado de “B20”, segundo duas fontes da Reuters. As remessas do “B20” estão planejadas para começar no segundo trimestre de 2025, conforme uma fonte separada informou à Reuters.

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As fontes preferiram não se identificar, pois a Nvidia ainda não fez um anúncio público, segundo a Reuters. Um porta-voz da Nvidia se recusou a comentar sobre o tópico com a Reuters. A Inspur também não respondeu aos pedidos de comentário.

As ações da Nvidia subiram 1,4%, chegando a US$ 119,67 no pregão pré-mercado dos EUA após a publicação da história pela Reuters.

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Leia mais:

Restrições de exportação dos EUA

  • Em 2023, Washington apertou seus controles sobre a exportação de semicondutores de ponta para a China, visando impedir avanços em supercomputação que poderiam auxiliar o exército chinês.
  • Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
  • Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados.
  • A proibição se estende até mesmo a componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
  • Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China.
startups guerra dos chips
Estados Unidos impõem restrições pesadas à China quando o assunto são chips de IA. (Imagem: Quality Stock Arts / Shutterstockcom)

Adaptação da Nvidia ao mercado chinês

Desde então, a Nvidia desenvolveu três chips especificamente para o mercado chinês.

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Com o advento de controles de exportação mais rígidos dos EUA, a gigante tecnológica chinesa Huawei e startups como a Enflame, apoiada pela Tencent, conseguiram ganhar espaço no mercado doméstico da China de processadores avançados de IA.

Huawei
Huawei tem vantagem no mercado chinês. (Imagem: viewimage / Shutterstock.com)