Os satélites artificiais estão orbitando nosso planeta há décadas. O primeiro deles foi o Sputnik 1, lançado em 1957 e pulverizado em nossa atmosfera no ano seguinte. Esses equipamentos, fundamentais para a ciência, ainda geram dúvidas — e curiosidades. Uma delas é sobre sua vida útil, que, cedo ou tarde, chega ao fim.
![satélite](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2024/06/RESURS-P1-1024x683.png)
Diferentes satélites têm diferentes tempos de vida
Os satélites são diferentes entre si e, naturalmente, têm vidas úteis distintas. Há, por exemplo, objetos com 10 centímetros de altura e outros com quase 100 metros — estes, pesando toneladas. Eles costumam ter décadas de vida antes da ‘aposentadoria’, mas isso também pode variar.
Um aspecto importante que define a vida útil dos satélites é a proximidade com a Terra. Quanto mais longe do nosso planeta o dispositivo estiver, menos gasto energético ele precisa para se manter em órbita, provocando menos arrasto atmosférico e preservando suas estruturas. Imagine a atmosfera como uma lixa, que é mais fina na medida em que o satélite está mais distante da Terra, e mais grossa de acordo com a proximidade do planeta.
Satélites geoestacionários para comunicação, por exemplo, podem chegar a 15 anos em funcionamento. Já os satélites em baixa órbita, mais próximos da superfície terrestre, costumam durar menos. Isso porque o arrasto atmosférico é maior e, para compensar, eles precisam de mais energia. A frequência de manutenção e os ajustes diminuem a vida útil da máquina, que normalmente dura cerca de cinco anos.
![Ilustração de satélites no espaço](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Satelites-1024x576.jpg)
O que acontece quando os satélites são aposentados?
Quando a agência espacial ou empresa decide que um satélite não vai mais operar, há alguns caminhos:
- Um deles é deixar os satélites desligados em órbita, o que vem causando um problema crescente: lixo espacial;
- É possível remover os satélites de órbita para resolver esse problema, mas a solução é cara. Empresas como a japonesa Astroscale, a suíça ClearSpace, e as americanas LeoLabs e Lockheeed Martin são algumas das que focam neste objetivo;
- Uma terceira alternativa é programar a reentrada do dispositivo para ser queimado naturalmente na atmosfera terrestre;
- Também é possível enviar os satélites aposentados para a chamada “órbita cemitério”, onde as máquinas sem uso vão para não poluir o espaço com lixo espacial.
![Lixo espacial é um problema crescente](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2022/10/lixo-espacial-1024x576.jpg)
Satélites em excesso podem ser um problema, mas há soluções
Cada empresa ou agência espacial decide o que fazer com seus satélites, já que não há uma regulamentação nesse sentido.
No entanto, o alto número de estruturas enviadas para a baixa órbita, somadas ao baixo tempo útil de vida, já está congestionando a região. Segundo a Viasat, a previsão é que, até 2030, sejam 60 mil novos satélites no espaço, a maioria em baixa órbita. Isso aumenta o risco de colisões entre eles, podendo provocar a reentrada na Terra sem um planejamento prévio.
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Algumas soluções já estão surgindo nesse sentido. Uma delas é da própria Viasat: a empresa firmou uma parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA) para o desenvolvimento de satélites menores, mais eficientes e com mais funções para operar em baixa órbita. O objetivo é diminuir a quantidade de detritos que possam gerar colisões, além de diminuir o número de satélites para missões específicas.
A companhia também se juntou à Astroscale para demonstrar a retirada dos satélites aposentados de órbita, evitando lixo espacial. Na ocasião, as empresas enviaram duas espaçonaves para baixa órbita, uma que simulou um satélite sem uso e outra que fez a remoção dele usando um braço robótico.