Os seres humanos são curiosos por natureza e, frequentemente, estamos em busca de respostas para perguntas muito específicas, geralmente ligadas aos extremos, como qual é o animal mais rápido, a pessoa mais alta, entre outros.

Juntamente com essa curiosidade, está nosso fascínio pelo Universo, que é tão pouco explorado, abrigando diversos mistérios. Você já se perguntou como a temperatura se aplica ao espaço? E mais: qual o lugar mais quente do cosmos?

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Sabemos que a Nebulosa Bumerangue, que tem uma temperatura de cerca de -272 graus Celsius, é considerada o corpo celeste mais frio há, pelo menos, 1.500 anos. Veja abaixo mais informações sobre quem está do lado oposto, recebendo o título de mais quente, estando em um fluxo que varia constantemente.

Qual o lugar mais quente do Universo?

Campo magnético do Sol (Crédito: NASA)
Campo magnético do Sol (Crédito: NASA)

É possível que a maioria das pessoas pense no Sol como um ponto de partida quando se fala em local quente no Universo. A nossa estrela mais próxima e fonte de luz e calor apresenta uma temperatura de cerca de 15 milhões de graus Celsius em seu núcleo, onde acontecem reações de fusão nuclear.

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Porém, na superfície, a temperatura pode ser considerada mais amena, em torno de 5.500 a 6.000 graus Celsius. Além disso, se nos afastarmos um pouco do nosso Sistema Solar, podemos encontrar estrela significativamente mais quentes que o Sol.

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As estrelas massivas, como as de tipo O, são capazes de alcançar temperaturas de superfície de 30.000 a 50.000 graus Celsius, superando os 100 milhões de graus Celsius em seu núcleo. Por queimar seu combustível muito mais rapidamente que o Sol, suas vidas são mais curtas, mas também mais intensas.

Depois que o combustível de uma dessas estrelas massivas acaba, ela pode explodir como uma supernova, um dos fenômenos mais energéticos que existem e que pode fazer com que o núcleo da estrela chegue a 3 bilhões de graus Celsius.

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Prelúdio de uma supernova, março de 2023. Via NASA, ESA, CSA, STScI, equipe de produção do Webb ERO.

Quando a explosão acaba, o núcleo da estrela pode colapsar em uma estrela de nêutrons, onde a temperatura da superfície é capaz de atingir 1 milhão de graus Celsius. Se a estrela original era muito massiva, o núcleo pode continuar colapsando até virar um buraco negro.

Entrando nesse assunto, o gás e a matéria ao redor do horizonte de eventos de um buraco negro podem ser aquecidos até impressionantes dezenas de bilhões de graus Celsius.

Depois de tantos exemplos de altas temperaturas do Universo, chegamos ao ápice: os quasares. Essas estruturas são com faróis cósmicos, sendo os núcleos ativos de galáxias distantes, alimentados por buracos negros supermassivos.

quasar 3C273

Então, é justamente um desses corpos celestes que recebe o título de lugar mais quente do Universo nos dias de hoje: o quasar 3C273, sendo o primeiro objeto identificado no céu como um quasar.

Localizado na constelação de Virgo, a cerca de 3 bilhões de anos-luz de nós, e teve a temperatura do seu disco de acreção (quando o gás e a matéria caem em direção ao buraco negro no centro de um quasar) foi medida em 10 trilhões de graus Celsius!