Os buracos negros são antigos conhecidos do Universo. Porém, mesmo tendo sido descobertos há muito tempo, eles ainda abrigam diversos mistérios, por conta da dificuldade em desbravá-los e estudá-los.

Ainda que não saibamos tudo sobre os buracos negros, pelo menos, temos certeza de que eles existem. O mesmo não acontece com os buracos brancos que, por enquanto, ainda não passam de uma hipótese, sendo uma consequência hipotética da Teoria da Relatividade.

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Para a astrofísica, um buraco branco nada mais é que o oposto de um buraco negro. Porém, isso só vale conceitualmente, porque não existe nenhuma comprovação da existência dos buracos brancos no espaço. Saiba mais a seguir.

O que é um buraco branco?

buraco branco

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Buracos negros e contexto

Antes de explicar o que é o conceito do buraco branco, é preciso dar alguns contextos. Primeiramente, há um conjunto de leis que regem o nosso Universo e fazem com que os cientistas avaliem todas as possibilidades de algo existir. Contudo, somente com a observação, medição e experimentação é possível, de fato, determinar o que é real.

A Teoria da Relatividade Geral, publicada em 1916 por Albert Einstein, trouxe a possibilidade da existência de corpos celestes chamados de buraco negros. Esses corpos são regiões no espaço com muita energia e matéria, fazendo com que nada, nem mesmo a luz, possa escapar de sua influência gravitacional.

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Normalmente, essas estruturas são formadas quando uma estrela massiva chega ao fim de sua vida, ocorrendo o colapso do seu núcleo metálico com o próprio peso que produz uma estrutura muito densa como ela.

A existência dos buracos negros foi confirmada com diversos tipos de observações, desde a dinâmica orbital de estrelas, até o imageamento indireto, o que provou que esses corpos estão em abundância por todo o Universo.

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(Imagem: Rodrigo Mozelli [gerado com IA]/Olhar Digital)

E onde entram os buracos brancos nessa história?

Do outro lado das descobertas que vieram das equações de Einstein, está uma solução matemática igualmente válida, que mostra a possibilidade da existência do inverso de um buraco negro: um buraco branco. Os buracos brancos são regiões cósmicas teóricas que funcionam de forma oposta aos buracos negros: enquanto nada pode escapar do segundo, nada pode adentrar o primeiro.

Se fosse possível se aproximar de um buraco branco em uma espaçonave, daria para ver algumas características comuns com o buraco negro: ele teria massa, poderia estar em rotação e poderia ter gás e anel de poeira acumulados em torno do seu horizonte de eventos, o limite que define a fronteira entre o espaço ao redor e a singularidade.

Contudo, rapidamente se tornaria perceptível que se trata de uma estrutura diferente de um buraco negro, uma vez que seria possível ver a constante ejeção de matéria e energia do seu interior.

Afinal, existem buracos brancos no universo?

Estudiosos da área costumam descrever buracos brancos como o resultado da reversão do tempo de um buraco negro. Isso pode ser imaginado como se fosse um vídeo de um buraco negro sendo reproduzido ao contrário, do mesmo jeito que andar para trás é a reversão do tempo de andar para frente.

O horizonte de eventos de um buraco negro é uma esfera do qual existe um ponto sem retorno, enquanto o horizonte de eventos de um buraco branco é uma fronteira que não permite a entrada de ninguém.

Por conta disso, essa mesma espaçonave não poderia alcançar o horizonte de eventos do buraco branco. Os elementos dentro dele podem sair e interagir com o mundo exterior, porém, como nada pode entrar, o interior fica isolado do passado do Universo, onde nenhum evento externo pode afetar seu interior.

buraco branco

Contudo, a verdade é que nunca vimos um exemplar desses corpos celestes, e não parece ser provável que encontremos um em algum momento. Isso se deve porque, além dos buracos brancos poderem ser altamente instáveis, os horizontes de eventos escondem muito bem tudo o que ocorre do outro lado deles.

Um exemplo disso é que poderia haver algo muito interessante sobre o que deu origem ao nosso Universo, e também nos locais centrais dentro de cada buraco negro, porém, nunca conseguiremos acessar essa informação.

Por isso, é interessante pensar que a Relatividade Geral de Einstein, uma das teorias científicas com maior sucesso de todos os tempos, admite a existência matemática dos buracos brancos com uma possibilidade que equivale a dos buracos negros, nos possibilitando ao menos imaginar.