O descarte ilegal de resíduos sólidos contribui para a degradação do meio ambiente e oferece risco aos catadores e garis. Combater este problema não é tarefa fácil, ainda mais quando ele acontece em áreas remotas e de difícil acesso, como encostas, terrenos baldios, margens de rios e áreas florestais. Mas é exatamente nestes casos que drones e inteligência artificial estão ajudando as autoridades.

Uso de drones é mais barato do que o de satélites

  • As tecnologias foram empregas durante um trabalho coordenado pelo engenheiro Marcelo Musci, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
  • O estudo é financiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
  • Os drones são usados para localizar os detritos de lixo em locais onde a visão humana não consegue enxergar. 
  • Além de poluir, estes resíduos podem provocar riscos de deslizamentos de terra, e contribuem para a proliferação de ratos, baratas e outras pragas urbanas.
  • O uso do equipamento, segundo os pesquisadores, é mais barato e fornece imagens em resolução melhor do que satélites, por exemplo.
  • As informações são da Agência Brasil.
Descarte irregular de lixo pode provocar graves problemas ambientais (Imagem: MegSopki/Shutterstock)

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Sistema pode prevenir enchentes

O trabalho usou uma rede neural baseada no funcionamento do cérebro humano. Uma inteligência artificial foi treinada para detectar detritos ensacados, restos de obras da construção civil, pedaços de madeira e objetos abandonados.

Essa tecnologia já é usada para localizar detritos em rios poluídos nas cidades da Europa. No Brasil, no entanto, a iniciativa é pioneira.

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Sistema é treinado para identificar lixo flutuando em rios (Imagem: Vladislav Gajic/Shutterstock)

Os potenciais dela, de acordo com a equipe responsável pelo experimento, são enormes. Se for treinada para detectar lixo flutuante em rios, por exemplo, ela pode evitar que esse resíduo acumule e interrompa canais de escoamento, agravando enchentes.

O estudo foi realizado em várias regiões da zona oeste do Rio de Janeiro e conseguiu identificar e rotular imagens contendo vestígios de descarte irregular, com eficácia de 92%. De um total de 4.169 objetos, apenas 338 não foram identificados pelo sistema.