Uma nova pesquisa aponta que quatro geleiras localizadas na região dos Andes estão derretendo muito mais rápido do que o esperado. Segundo cientistas, as geleiras Pan de Azucar, Queshque, Zongo e Charquini Norte estão sofrendo os efeitos das mudanças climáticas.

Rochas de geleiras voltaram a ficar expostas ao Sol

  • A equipe de pesquisadores coletou amostras das geleiras, procurando dois isótopos raros: o berílio-10 e o carbono-14, que aumentam nas superfícies rochosas quando expostos à radiação cósmica do espaço sideral.
  • A partir destes dados, eles confirmaram que o derretimento na Cordilheira dos Andes está revelando rochas que não eram expostas à luz do Sol há pelo menos 11.700 anos.
  • Isso significa que as geleiras estão no seu menor tamanho.
  • Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Science.
Cientista coleta amostra de rocha da geleira Queshque (Imagem: Emilio Mateo/Aspen Global Change Institute)

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Transição entre eras geológicas na Terra

De acordo com o trabalho, as geleiras andinas apontam para uma transição para um nova época: o Antropoceno. Esta é a primeira grande região do planeta onde há fortes evidências de que as geleiras cruzaram esse importante marco.

Os pesquisadores explicam que o Antropoceno é definido pelo impacto profundo e duradouro da atividade humana na geologia e nos ecossistemas da Terra. Ele viria após o Holoceno, época geológica que começou há cerca de 11.700 anos com o fim da Idade do Gelo.

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Os Andes são a cordilheira mais alta fora da Ásia (Imagem: Samuel Ericksen/Shutterstock)

À medida que as camadas de gelo recuaram, o clima tornou-se mais quente e estável, levando ao desenvolvimento de ecossistemas diversos e produtivos que deram origem ao crescimento da agricultura e de sociedades mais complexas.

No entanto, nem todos os cientistas concordam que a Terra já entrou na era do Antropoceno. Apesar disso, a mais recente pesquisa é um novo alerta sobre os impactos gerados pelo aumento global das temperaturas médias no nosso planeta.