Cientistas descobriram que um cometa está prestes a sair do Sistema Solar após encontro com Saturno. O A117uUD foi descoberto em 14 de junho deste ano pelo Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (ATLAS).

A partir disso, os pesquisadores conseguiram usar 142 observações do cometa para “retroceder” a órbita dele ao redor do Sol. Ao fazerem isso, descobriram que o A117uUD se encontrou com Saturno, sendo alterado para sempre.

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Esse encontro causou a mudança da órbita do cometa para uma altamente achatada ou elíptica, lançando-o para o Espaço interestelar para além da influência Solar.

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Uma interpretação artística do estranho formato de charuto do 'Oumuamua
Interpretação artística do estranho formato de charuto do ‘Oumuamua (Imagem: ESO/M. Kornmesser)

Com o uso de modelos para acelerar o caminho do cometa, o grupo descobriu que ele deixará o Sistema Solar a 10,8 mil km/h, velocidade essa que é quatro e meia vezes maior que a velocidade máxima do F-16, caça a jato da Lockheed Martin.

Como diz o Space.com, este é o segundo cometa visto no processo de ser lançado para fora de nosso Sistema Solar. O primeiro foi o cometa C/1980 E1 (Bowell), que começou a deixar nosso Sistema em 9 de dezembro de 1980.

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Nossos resultados mostram que o caso do cometa A117uUD é semelhante ao do C/1980 E1 (Bowell), desfavorecendo uma origem extrassolar para o A117uUD. O fato de que duas ejeções após o encontro planetário foram observadas em menos de 45 anos sugere que tais eventos são relativamente frequentes.

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Leia mais:

Cometa não sabe para onde vai

  • A117uUD nem sempre deixou claro se deixaria seu sistema planetário de origem;
  • Quando os pesquisadores analisaram, pela primeira vez, o cometa, pensaram que a órbita hiperbólica dele poderia indicar que ele seria um intruso em nosso Sistema Solar;
  • O primeiro intruso por aqui que foi descoberto foi o asteroide 1l/’Oumuamua (‘Oumuamua), com estranho formato de charuto;
  • Descoberto em 2017, o ‘Oumuamua, além de seu formato incomum, não possuía coma (halo que envolve os cometas) ou cauda distinta;
  • Ele parecia ser um híbrido de cometa e asteroide;
  • Ainda, estava acelerando para longe do Sol.

Ele passou a ser impulsionado com sua torrefação pela radiação cósmica antes de atingir o Sistema Solar, fazendo com que o hidrogênio fosse criado e ficasse preso dentro de seu corpo.

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Tal hidrogênio foi liberado e passou a ser pulverizado para fora da rocha espacial quando ‘Oumuamua atingiu o calor relativo de nosso sistema planetário.

Ele já está além da órbita de Netuno, passando pelo Cinturão de Kuiper. Não está além do alcance dos telescópios que temos, mas ele não vai mais rumar para a Terra, nem para o Sol.

O segundo corpo interestelar intruso por aqui foi o cometa 2l/Borisov (2l/Borisov), sendo o primeiro cometa interestelar confirmado em nosso Sistema Solar.

2l/Borisov foi descoberto em 2019 e com velocidade superior a do A117uD: 117 mil km/h. Isso é 150 vezes a velocidade do som e 75 vezes a velocidade do F-16.

Impressão artística de como seria a superfície do cometa interestelar 2I/Borisov
Impressão artística de como seria a superfície do cometa interestelar 2I/Borisov (Imagem: M. Kormesser/ESO)

O estudo foi publicado no Research Notes of the AAS.