Cientistas propuseram, num estudo recente, aproveitar o frio extremo da Lua para preservar naturalmente células animais. É como se fosse uma mistura de Arca de Noé com câmara de criogenia.

“Esse biorepositório protegeria a biodiversidade e funcionaria como uma salvaguarda contra sua perda devido a desastres naturais, mudanças climáticas, superpopulação, esgotamento de recursos, guerras, ameaças socioeconômicas e outras causas na Terra”, escreveram os pesquisadores no artigo publicado na revista BioScience.

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A ideia é proteger espécies das imprevisibilidades e riscos geopolíticos que ameaçam os biorepositórios terrestres, que dependem de gestão intensiva e recursos como eletricidade e nitrogênio líquido.

Lado escuro da Lua pode servir de câmara de criogenia para salvar espécies (Imagem: astro.csatai/Shutterstock)

Frio extremo na Lua pode ser útil para preservar animais, diz estudo

A localização proposta para este biorepositório é o polo sul da Lua, região de frio extremo e sombra permanente com temperaturas que chegam a -196ºC. Esta característica natural elimina a necessidade de energia e supervisão contínua.

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Antes de implementar o biorepositório lunar, os cientistas planejam uma série de testes preliminares.

Ideia de aproveitar o frio da Lua pode revolucionar conservação de espécies (Imagem: Handis80/Shutterstock)

As células de espécies como o góbio estrelado, crucial para os ecossistemas de recifes de corais, serão coletadas e armazenadas temporariamente na Terra. Depois, essas amostras serão enviadas ao espaço para testar sua resistência e estabilidade em condições extremas.

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O objetivo desses testes é verificar a viabilidade das células e possíveis alterações no DNA após a exposição ao ambiente espacial. Se der certo, pode revolucionar a conservação de espécies.