Como se sabe, praticamente tudo o que é alimentado por baterias usa as de lítio. Mas, agora, uma startup quer mudar esse cenário com uma alternativa mais sustentável: uma bateria de íons de potássio.

A texana Group1 é a responsável pela primeira desse tipo no mundo. Ela foi cofundada em 2021 por especialistas da tecnologia de baterias, como Leigang Xue, que já atuou no laboratório de John Goodenough (na Universidade do Texas em Austin), ganhador do Prêmio Nobel em 2019 e co-inventor da bateria de lítio.

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No laboratório, Xue inventou o material de cátodo de sua atual empresa, o Potassium Prussian White (KBW). Ele é considerado o principal desenvolvimento que permite a produção da bateria de íons de potássio (KIB), que, segundo a empresa, “mais segura, de carregamento rápido, mais eficiente e sustentável”.

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Bateria da Group1 com potássio em pó ao lado
Tecnologia foi desenvolvida por experts no setor de baterias (Imagem: Group1)

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Como é a produção da bateria de potássio?

  • Para a criação de uma célula dessa nova bateria, o KBW é pareado com ânodo de grafite de nível comercial e formulações de eletrólitos e separadores;
  • A empresa destaca a distinta falta de minerais críticos em suas baterias. Entre eles: lítio, cobalto, níquel e cobre;
  • Em 2022, o CEO da Group1, Alexander Gira, declarou que, “à medida que nossa transição para longe dos combustíveis fósseis se acelera, a demanda por baterias de íons de lítio está aumentando rapidamente, e nossos suprimentos de lítio, logo, serão incapazes de atender a essa demanda. As baterias Group1 e de íons de potássio podem fornecer alternativa viável para preencher essa lacuna de fornecimento”;
  • A empresa observa que o potássio é mil vezes mais abundante que o lítio, além de que seu cátodo KBW é produzido a partir de processos sustentáveis de baixa temperatura.

O desenvolvimento da nova bateria começou pequeno, a partir de bateria de célula tipo moeda. A seguir, progrediu para uma célula do tipo bolsa antes de virar o primeiro modelo 18650 (aquela que se assemelha a uma pilha) do mundo.

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Isso quer dizer que ela poderá ser facilmente implantada em veículos elétricos, além de possível uso em bancos de energia e em dispositivos portáteis que usamos diariamente.

Isso tudo por conta da promessa da “melhor combinação de desempenho, segurança e custo quando comparado a baterias de íons de lítio baseadas em LiFePO4 (LFP) e baterias de íons de sódio”.

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O novo formato de célula opera a 3,7 volts e, de acordo com a startup, superaram as expectativas de desempenho, demonstrando “caminho prático para atingir densidade de energia gravimétrica de 160-180 Wh/kg”.

Esses valores já superam os pacotes LFP típicos que são usados atualmente, mas ainda estão atrás da bateria da CATL, a Shenxing Plus mais recentes, que chegam a 205 Wh/kg. Também segue bem atrás das células 4680 (formato de pilha, mas bem maiores) que, por exemplo, estão nos carros da Tesla.

A empresa enviou amostras de suas baterias de potássio para “principais OEMs de Nível 1” e fabricantes de células de bateria para “ampla adoção desta tecnologia transformadora” em futuro muito próximo.

Bateria com um raio no centro
Novidade ainda precisa se equiparar com as atuais, mas chega para competir pesado (Imagem: Rodrigo Mozelli [gerado com IA]/Olhar Digital)