Notícia triste: o Japão matou a primeira baleia-comum em mais de meio século, um macho de 19,6 metros e 55 toneladas, próximo à costa da província de Iwate. A captura foi realizada pela empresa baleeira Kyodo Senpaku, conforme reportado pela OceanCare.

A decisão de incluir os animais da espécie Balaenoptera physalus na lista daqueles que podem ser caçados na zona econômica exclusiva do Japão, tomada em maio de 2024, gerou controvérsia. O Ministério da Agricultura, Florestas e Pescas do país anunciou a permissão para a caça de 59 baleias-comuns, além das cotas já existentes para baleias minke, Bryde e sei.

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Um macho de 19,6 metros e 55 toneladas é a primeira baleia-comum caçada no Japão em mais de meio século. Crédito: Kyodo Senpaku

Coincidindo com essa decisão, a Kyodo Senpaku lançou seu novo navio-baleeiro, o Kangei Maru, de 112,6 metros, equipado com um centro de açougue a bordo.

Baleias-comuns são vulneráveis à extinção

Segundo maior animal da Terra, as baleias-comuns são consideradas vulneráveis à extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza. O Japão defende que a população dessa espécie no Pacífico Norte se recuperou, tornando a caça sustentável. No entanto, especialistas discordam, alegando preocupações éticas e de conservação.

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Japão liberou a caça à baleia-comum em 2019. Crédito: Wildestanimal – Shutterstock

Catherine Bell, diretora de Política Internacional do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal, é crítica à decisão. “Esse é o segundo maior animal da Terra. Colocá-lo na mira em 2024 é um grande erro para o Japão, para as baleias e para a comunidade internacional que trabalha para protegê-las. Pedimos ao Japão que retire imediatamente esta decisão indefensável”.

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Japão retomou caça à espécie em 2019

Bell destaca ainda as preocupações com o bem-estar animal. “Não há maneira humana de matar uma baleia no mar e temos profundas preocupações sobre as implicações de bem-estar dessa caça proposta. Os baleeiros japoneses não matam baleias-comuns desde 2011 e os atuais operadores de arpões podem não ter experiência em matar uma espécie que é significativamente maior – mais longa e mais pesada – do que a maior espécie que caçam atualmente. Os arpões geralmente não são eficazes para matar baleias com o impacto, levando a uma morte lenta e dolorosa”.

O Japão retomou a caça comercial de baleias em junho de 2019, após sair da Comissão Baleeira Internacional (IWC), órgão que regula a indústria baleeira. A prática, amplamente condenada pela comunidade internacional, tem gerado tensões, especialmente com o governo australiano. “A Austrália se opõe a toda caça comercial de baleias e pede a todos os países que acabem com essa prática”, expressou Tanya Plibersek, ministra do Ambiente e da Água do país em um comunicado.