‘Unicórnios’ conviveram com os humanos — mas não como você os imagina

Sim, os unicórnios já foram reais - mas eles não se pareciam nem um pouco com os contos de fadas. Estamos falando de uma outra espécie
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 05/08/2024 14h50, atualizada em 02/09/2024 11h49
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É cientificamente comprovado: os “unicórnios” existiram de verdade – mas não do jeito que você deve estar imaginando. O termo foi usado para nomear uma besta de 3,5 toneladas bem diferente da criatura alada que vemos nas histórias de fantasia: o Elasmotherium, espécie de rinoceronte gigante que viveu na Eurásia e ganhou o nome de “unicórnio da Sibéria”.

Entenda:

  • A Ciência já comprovou que os “unicórnios” existiram — mas, ao contrário do que costumamos imaginar, sua aparência não era como nos contos de fadas;
  • O Elasmotherium foi uma espécie de rinoceronte gigante apelidada de “unicórnio da Sibéria” – graças ao seu chifre que podia alcançar cerca de 2 metros de comprimento;
  • Estimava-se que a espécie havia sido extinta há aproximadamente 200 mil anos, mas um estudo descobriu que o unicórnio chegou a conviver com os humanos modernos;
  • Os pesquisadores indicam que a espécie só entrou em extinção há cerca de 39 a 35 mil anos;
  • Acredita-se que a extinção do unicórnio da Sibéria tenha acontecido por conta das mudanças ambientais, devido seu baixo alcance geográfico, tamanho populacional e a lenta taxa de reprodução.
Fóssil ajudou a corrigir data de extinção do “unicórnio da Sibéria”. (Imagem: VPales/Shutterstock)

Com um chifre que podia alcançar quase 2 metros de comprimento, a espécie era considerada extinta há cerca de 200 mil anos. Porém, graças a um estudo publicado na Nature Ecology & Evolution, descobrimos que, na verdade, os unicórnios da Sibéria chegaram a conviver com os seres humanos modernos, tendo sobrevivido até ao menos 39 mil anos atrás.

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A descoberta foi feita graças a um crânio de Elasmotherium datado em menos de 40 mil anos. Junto a uma série de outros fósseis descobertos por pesquisadores da Rússia e da Holanda, o espécime – que atualmente está no Museu de História Natural de Londres – ajudou a corrigir a estimativa de extinção dos unicórnios da Sibéria para cerca de 39 a 35 mil anos atrás – coincidindo com a dos neandertais.

Chifre do “unicórnio da Sibéria” podia alcançar 2 metros de comprimento. (Imagem: Mercury Green/Shutterstock)

No estudo, os pesquisadores explicam os possíveis motivos por trás da extinção dos unicórnios: “O alcance geográfico persistentemente restrito do Elasmotherium (também provavelmente ligado ao seu habitat especializado), o baixo tamanho populacional e a lenta taxa de reprodução associada ao seu grande tamanho o teriam predisposto à extinção diante das mudanças ambientais.”

“A extinção poderia, teoricamente, ter sido exacerbada pela pressão da caça humana, dada a substituição do H. neanderthalensis pelo H. sapiens na Eurásia. Atualmente não há registro de restos da espécie em nenhum sítio arqueológico, e as pouquíssimas representações sugeridas do Elasmotherium na arte paleolítica não são convincentes.”

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.