Cientistas localizaram restos de plantas e insetos sob um núcleo de gelo de três quilômetros de profundidade extraído do centro da Groenlândia. A descoberta comprova que este vasto território era um “paraíso verde” há milhões de anos, quando os níveis de carbono atmosférico eram muito mais baixos do que atualmente. No entanto, também liga um sinal de alerta.

Ilha possuía um rico ecossistema no passado

  • O núcleo de gelo, chamado GISP2, foi perfurado em 1993 e analisado diversas vezes.
  • No entanto, apenas agora os pesquisadores resolveram procurar fósseis nos sedimentos.
  • Isso porque, até recentemente, a ideia de que a Groenlândia era livre de gelo no passado geológico não era muito bem aceita.
  • Com a mudança de entendimento, a equipe conseguiu localizar esporos de musgo espinhoso, fungos, insetos e até uma semente de papoula.
  • As descobertas sugerem que a enorme ilha possuía um rico ecossistema no passado.
  • Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Groenlândia já ficou livre de gelo no passado (Imagem: Visit Greenland/Unsplash)

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Groenlândia pode derreter totalmente no futuro

O novo trabalho se baseia em duas importantes descobertas recentes. Em 2016, cientistas testaram o leito rochoso do mesmo núcleo de gelo de 1993 e concluíram que ele teria, no máximo, 1,1 milhão de anos. As análises também mostraram que, se o gelo derretesse no local do GISP2, 90% do resto da Groenlândia também estaria livre dele.

Já em 2019, uma outra equipe de pesquisadores descobriu que o território simplesmente descongelou completamente há 416 mil anos. Este degelo dramático foi resultado de mudanças nas temperaturas do planeta.

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Derretimento do gelo da Groenlândia causaria aumento dramático do nível do mar (Imagem: Lovelypeace/Shutterstock)

Estas descobertas, somadas a mais recente, refutam a teoria antiga de que a Groenlândia era uma fortaleza de gelo impenetrável. Apesar de entusiasmantes, no entanto, elas também serve como alerta.

De acordo com o mais recente trabalho, se as emissões de gases de efeito estufa não forem drasticamente reduzidas, a camada de gelo da Groenlândia poderá derreter quase inteiramente nos próximos séculos (o que antes não imaginava-se ser possível). Isso resultaria em um aumento do nível do mar de aproximadamente sete metros, afetando milhões de pessoas que vivem em cidades costeiras de todo o mundo.