Greve de artistas de videogame pode atrasar lançamentos?

Dubladores e artistas de captura de movimento para videogames paralisaram as atividades no final de julho. O sindicato SAG-AFTRA (o mesmo que representa os atores de Hollywood) convocou uma greve por causa do Acordo de Mídia Interativa, que cobre performers de videogame. O acordo expirou em novembro de 2022 e vinha sendo estendido mensalmente.

Trabalhadores não assumirão novos projetos de videogame

A decisão de cruzar os braços ocorre após meses de negociações com grandes empresas do setor, incluindo Activision Productions, Electronic Arts, Epic Games, Take-Two Interactive, Disney Character Voices e a WB Games, da Warner Bros Discovery.

O maior ponto de discussão envolve a IA. Segundo o sindicato, os trabalhadores exigem a adoção de regras que garantam proteção ao emprego contra a ameaça da inteligência artificial. A categoria ainda reivindica maiores salários, tratamento médico e folgas para artistas de captura de movimento.

Mais de 160 mil trabalhadores paralisaram as atividades, o que significa que eles não assumirão novos projetos de videogame e não continuarão no processo de desenvolvimento dos jogos que já estavam em andamento. Apesar disso, analistas acreditam que a greve terá pouco impacto para as grandes empresas do setor.

A Electronic Arts, por exemplo, afirmou que não haverá qualquer impacto imediato nos lançamentos futuros da companhia. O mesmo deve acontecer com a Take-Two Interactive, que planeja lançar o tão aguardado Grand Theft Auto (GTA) VI no ano que vem.

A greve ocorre em um momento crucial para o setor de videogames, pois a demanda continua fraca após um salto impulsionado pela pandemia de Covid-19. A última greve de videogame do SAG-AFTRA foi em 2016 e durou 11 meses. Na oportunidade, os trabalhadores conquistar aumentos fixos de taxa, garantias de segurança aprimoradas no set e melhor supervisão para evitar estresse vocal em artistas de voz.

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IA também esteve no centro das discussões de outras greve de Hollywood

• A maior greve da história do Sindicato dos Atores de Hollywood (SAG-AFTRA) terminou oficialmente no início de dezembro do ano passado após 118 dias de paralisação.
• A volta aos trabalhos aconteceu após o estabelecimento de um novo contrato que prevê um aumento de 7% na maioria dos salários mínimos da categoria.
• Além disso, ficou proibida a utilização de inteligência artificial para a criação de “réplicas digitais” dos intérpretes pelos estúdios, exceto se paga ou com aprovação do indivíduo.
• Antes desta greve, a paralisação mais longa havia sido em 1980 – foram 95 dias.
• O reajuste obtido pelos atores de Hollywood é 2% acima do incremento recebido pelo sindicato dos roteiristas (WGA).
• A categoria também entrou em greve neste ano e a paralisação durou 148 dias, chegando ao fim no mês de outubro do ano passado.
• As duas greves aconteceram quase que de forma simultânea, representando um dos maiores movimentos do tipo da história do cinema e gerando praticamente a suspensão total dos trabalhos em Hollywood.