O ouro é considerado uma das principais fontes de riqueza há milênios. Por isso, as minas para a extração do metal continuam em operação até hoje. No entanto, elas estão ameaçando um dos últimos rios de salmão selvagem que restam no mundo, bem como os povos indígenas que dependem do local para sobreviver.

Rios têm um grande significado cultural para as tribos da região

  • Dezenas de empresas de mineração estão buscando permissão do governo da Colúmbia Britânica, no Canadá, para criar algumas das maiores minas de ouro do mundo.
  • O problema é que elas seriam construídas ao longo de rios Taku, Stikine e Unuk, que fluem do território canadense para o Alasca.
  • Esses rios têm um enorme significado cultural para as tribos da região.
  • Além disso, são os lares de cinco espécies selvagens de salmão do Pacífico.
  • Por esses motivos, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos foi acionada para impedir a extração de metal nos locais.
  • As informações são da IFLScience.
Rio Taku é um dos ameaçados pela extração dos metais (Imagem: Alexandre.ROSA/Shutterstock)

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Estudos alertam para os prejuízos causados pela extração à vida animal

A Comissão Transfronteiriça Indígena do Sudeste do Alasca argumenta que a ameaça da mineração rio acima viola seus direitos à cultura, saúde física e bem-estar, meios de subsistência e propriedade. As tribos alegam serem as “guardiãs de alguns dos últimos lugares selvagens que restam no mundo ainda não explorados pela indústria extrativa”.

Um dos maiores projetos de extração é o Projeto de Revitalização de Eskay Creek na Colúmbia Britânica. Essa mina a céu aberto promete produzir aproximadamente 3,7 milhões de toneladas por ano de minério de ouro e prata.

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Mineração pode impactar negativamente o rio Unuk, no Alasca (Imagem: Sonia Luokkala/Comissão Transfronteiriça Indígena do Sudeste do Alasca)

No entanto, os indígenas afirmam que a construção pode causar impactos severos no meio ambiente a partir da liberação de substâncias tóxicas. Essa argumentação é baseada em um estudo que analisou o desastre da mina Mount Polley, em 2014, quando uma barragem de rejeitos colapsou na Colômbia Britânica, causando prejuízos aos animais.

Eles ainda destacam outro estudo que afirma que, mesmo que as barragens não cedam, as construções podem causar mudanças duradouras na química da água e dos sedimentos por centenas de quilômetros, causando impactos igualmente catastróficos à vida animal.