Viajar de avião está ficando cada vez mais seguro, diz estudo do MIT

Pesquisa observou diminuição constante no número de fatalidades em voos
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Ronnie Mancuzo 08/08/2024 06h10, atualizada em 09/08/2024 13h18
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Imagem: frank_peters/Shutterstock
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Não é raro encontrar alguém que tem medo de viajar de avião. Se esse é o seu caso, pode ficar tranquilo: um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) apontou que a aviação está ficando mais segura a cada ano. Atualmente, a taxa de fatalidade está em 1 a cada 13,7 milhões de embarques e segue caindo.

No entanto, esse resultado ainda enfrenta disparidades em diferentes partes do mundo. Ou seja, viajar de avião ainda é mais seguro em alguns locais do que em outros.

Desde década de 1960, viajar de avião ficou mais seguro (Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock)

Viajar de avião é seguro!

O artigo dos pesquisadores do MIT é chamado “Airline safety: Still getting better?” (“Segurança da aviação: ainda está melhorando?”, em tradução livre) e foi publicado na edição de agosto do Journal of Air Transport Management.

No trabalho, eles afirmam que as viagens comerciais estão ficando cada vez mais seguras. Entre 2018 e 2022, o risco de fatalidade era de 1 a cada 13,7 milhões de embarques no mundo todo.

Veja a evolução desse número ao longo das décadas:

  • 1968–1977: 1 morte a cada 350.000 embarques
  • 1978–1987: 1 morte a cada 750.000 embarques
  • 1988–1997: 1 morte a cada 1,3 milhões embarques
  • 1998–2007: 1 morte a cada 2,7 milhões embarques
  • 2007–2017: 1 morte a cada 7,9 milhões embarques
  • 2018–2022: 1 morte a cada 13,7 milhões embarques

Apesar do número não estar em zero, Arnold Barnett, um dos coautores do estudo, lembrou que os riscos de viajar de avião estão caindo em 7% todos os anos, com uma expectativa de continuar a diminuir.

O pesquisador comparou esse aumento na segurança à Lei de Moore, que prevê que o poder de processamento dos computadores dobraria a cada 18 meses. No caso da aviação, as viagens aéreas ficaram duas vezes mais seguras a cada década desde o final dos anos 1960.

Em comparação, viajar de avião agora é 39 vezes mais seguro do que era até 1977.

Avião comercial via Lukas Souza/Unsplash
Aeronave pode ser segura, mas Covid-19 foi um problema até 2022 (Imagem: Lukas Souza/Unsplash)

Segurança varia em cada lugar

Para avaliar o risco, os pesquisadores usando métricas relacionando o número de passageiros e de acidentes fatais a cada 100 mil horas de voo.

Para Barnett, o aumento na segurança da aviação é uma tendência que deve continuar a longo prazo, mas há um adendo: as inovações nesse sentido não estão acontecendo de forma unificada globalmente.

O trabalho dividiu o mundo em três níveis. Para se ter uma ideia da disparidade, entre 2018 e 2022, o terceiro nível teve 36,5 vezes mais fatalidades do que o primeiro.

Veja a divisão:

  • O primeiro nível inclui Estados Unidos, países da União Europeia e alguns outros estados europeus, Austrália, Canadá, China, Israel, Japão e Nova Zelândia;
  • O segundo nível inclui Bahrein, Bósnia, Brasil, Brunei, Chile, Hong Kong, Índia, Jordânia, Kuwait, Malásia, México, Filipinas, Catar, Cingapura, África do Sul, Coreia do Sul, Taiwan, Tailândia, Turquia e Emirados Árabes Unidos.
  • O terceiro grupo incluiu o restante dos países do mundo.

Nos dois primeiros grupos de países, o risco de morte por embarque entre 2018 e 2022 foi de cerca de 1 para 80 milhões de embarques. Ou seja, o terceiro nível puxou a média para um risco maior.

Leia mais:

Covid-19 pode ser um risco dentro do avião

O estudo também analisou o risco da Covid-19 na hora de viajar de avião, levando em conta os voos realizados na pandemia.

Os dados são separados das informações sobre incidentes na operação das aeronaves. Ou seja, o avião é seguro, o que está dentro dele… nem tanto.

Eles descobriram que, entre junho de 2020 e fevereiro de 2021 (antes que as vacinas estivessem disponíveis), foram cerca de 1.200 mortes nos Estados Unidos por Covid-19 associadas a transmissões em viagens de avião. A maioria das mortes não era de passageiros, mas de pessoas infectadas por eles.

Entre março de 2020 e dezembro de 2022, foram cerca de 4.760 mortes pelo mesmo motivo.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Ronnie Mancuzo
Redator(a)

Ronnie Mancuzo é analista de sistemas com especialização em cybercrime e cybersecurity | prevenção e investigação de crimes digitais. Faz parte do Olhar Digital desde 2020.