Inovador e sustentável: tecnologia vai tirar ouro de lixo eletrônico

Fabricante de moedas do Reino Unido vai minerar ouro usando um método inovador e amigável para o meio ambiente
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 08/08/2024 14h12, atualizada em 09/08/2024 21h48
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A Royal Mint, do Reino Unido, abriu uma instalação pioneira em Gales dedicada à extração de ouro de lixo eletrônico, em uma medida que proporcionaria uma fonte mais sustentável do metal precioso e reduziria a dependência dos métodos tradicionais de mineração.

A fábrica de recuperação de metais preciosos de 3.700 metros quadrados usa produtos químicos patenteados pela primeira vez no mundo pela Excir, empresa canadense de tecnologia limpa.

Com esta tecnologia, o ouro será extraído de placas de circuito impresso (PCBs) encontradas em eletrônicos de uso diário, como TVs, laptops e telefones celulares. Este método funciona em questão de minutos e opera em temperatura ambiente, tornando-o eficiente em termos energéticos e econômico.

A instalação marca a primeira vez que a tecnologia da Excir é dimensionada de condições laboratoriais para um nível industrial, com capacidade para processar até 4 mil toneladas de PCBs de lixo eletrônico todos os anos.

A Royal Mint, empresa mais antiga do Reino Unido e única fabricante de moedas, disse que o método permite “minerar” ouro de alta qualidade — algo que já está sendo utilizado em sua coleção de joias de luxo.

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Combate aos danos dos resíduos eletrônicos

  • O lançamento desta instalação aborda o crescente desafio ambiental colocado pelo lixo eletrônico.
  • Conforme o Monitor Global de Resíduos Eletrônicos das Nações Unidas, a geração de resíduos eletrônicos em todo o mundo está a aumentar 2,6 milhões de toneladas anualmente, atingindo um recorde de 62 milhões de toneladas em 2022 – um aumento de 82% desde 2010.
  • A fábrica da Royal Mint visa mitigar este problema, garantindo que recursos finitos valiosos sejam recuperados e que outros materiais sejam processados ​​adequadamente para tratamento posterior.

“A abertura desta fábrica marca um passo fundamental na nossa jornada”, disse a executiva-chefe Anne Jessopp em comunicado. “Não estamos apenas preservando metais preciosos finitos para as gerações futuras, mas também preservando o artesanato especializado pelo qual a Royal Mint é famosa por criar novos empregos e oportunidades de requalificação para nossos funcionários”

A Royal Mint faz produtos como moedas e aneis com ouro recuperado de resíduos eletrônicos – Imagem: Royal Mint/Divulgação
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.