Foguete chinês falha, se rompe e cria nuvem de lixo espacial

Um problema no estágio superior do foguete levou à formação de mais de 300 detritos espaciais de diferentes tamanhos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 09/08/2024 12h43
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Imagem: Xinhua
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O lançamento de um foguete chinês não saiu exatamente como o esperado. Nesta semana, o Long March 6A levou os primeiros 18 satélites de uma megaconstelação da China ao espaço. Após liberar os equipamentos na órbita baixa da Terra, no entanto, o estágio superior do foguete acabou se rompendo, criando uma nuvem de detritos espaciais.

Detritos espaciais têm diferentes tamanhos

  • De acordo com o Comando Espacial dos Estados Unidos, a falha levou à formação de mais de 300 detritos espaciais.
  • Apesar de não terem sido identificadas ameaças imediatas, alguns destes pedaços de lixo espacial serão monitorados para impedir que haja riscos de colisão com satélites ou outros objetos na órbita baixa da Terra (que fica a menos de 800 km de altitude).
  • O problema é que os detritos têm tamanhos variados.
  • Apenas aqueles com mais de 10 cm de diâmetro podem ser acompanhados.
  • No entanto, a nuvem de lixo espacial criada pode possuir fragmentos tão pequenos que passam despercebidos pelos detectores.

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Não é a primeira vez que isso acontece

O lançamento chinês faz parte dos esforços para criar a megaconstelação Qianfan, a nova rede de banda larga do país. A China criou o projeto em 2023 para oferecer serviços de comunicação de alta qualidade para usuários locais. Para isso, planeja lançar mais de 14 mil satélites nos próximos anos.

Esta não é a primeira vez que o estágio superior de um foguete Long March 6A deixa detritos na órbita. Em 2002, o veículo lançou o satélite meteorológico Yunhai-3 e acabou se rompendo, gerando mais de 500 pedaços de lixo espacial. 

Lixo espacial gerado pela falha no foguete chinês (Imagem: reprodução/Slingshot Aerospace)

Segundo a Agência Espacial Europeia, há mais de 10 mil espaçonaves ativas na órbita da Terra, sendo muitas delas satélites Starlink, da SpaceX. Elas estão acompanhadas por mais de 40 mil pedaços de lixo espacial com pelo menos 10 cm de diâmetro, e mais de 130 milhões com 1 milímetro de diâmetro.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.