Apesar dos grandes avanços científicos das últimas décadas, ainda conhecemos muito pouco sobre o fundo do oceano. Estes locais são bastante inacessíveis e mapear os espaços acaba se tornando um enorme e caríssimo desafio. No entanto, a própria natureza pode nos ajudar nessa missão.

Leões-marinhos foram equipados com câmeras

  • Pesquisadores da Austrália equiparam oito leões-marinhos australianos fêmeas (Neophoca cinerea) de duas colônias com câmeras pequenas e leves.
  • O peso total do equipamento era inferior a 1% do peso corporal do leão-marinho, o que significa que eles podiam nadar e se movimentar de maneira totalmente normal.
  • Além disso, a instalação das câmeras não causou qualquer prejuízo aos animais.
  • A partir deste sistema, vídeos são transmitidos aos pesquisadores, que conseguem mapear diversos habitats em grandes áreas do fundo do mar.
  • Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Frontiers in Marine Science.

Assista a um pequeno trecho captado pelas câmeras no fundo do mar:

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Pesquisadores conseguiram identificar seis habitats

Os leões-marinhos foram escolhidos porque são conhecidos por passarem muito tempo caçando em habitats no fundo do mar. Eles também são uma espécie ameaçada de extinção, então as câmeras servem para outro propósito: criar ações de conservação destes animais.

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Os pesquisadores explicam que registradores GPS ligados por satélite foram usados no trabalho. Isso permitiu rastrear a posição dos animais em tempo real e saber quando eles haviam retornado à colônia.

Leão-marinho equipado com uma câmera nas costas (Imagem: Nathan Angelakis/Frontiers in Marine Science)

Durante o experimento, que durou alguns dias, os leões-marinhos nadaram normalmente coletando cerca de 89 horas de gravações do fundo do mar. A partir das imagens, a equipe conseguiu identificar seis habitats a uma profundidade entre 5 e 110 metros. Estes espaços incluíam recifes de macroalgas, prados de macroalgas, areia nua, esponja/areia, recifes de invertebrados e pedregulhos de invertebrados.

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Segundo os cientistas, os habitats filmados eram diferentes de outras regiões conhecidas do sul da Austrália. Por isso, eles sugerem que os leões-marinhos podem preferir viajar por um habitat em vez de outro.