Um homem de 39 anos está sendo investigado na Espanha por ter supostamente danificado pinturas rupestres milenares ao derramar água sobre elas para tirar fotos para as redes sociais

De acordo com a CNN, o incidente ocorreu na região de Los Villares, em Jaén, Andaluzia, e veio à tona após o próprio autor do delito postar as imagens das pinturas molhadas no Facebook, segundo informou a Guardia Civil.

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As pinturas afetadas estão localizadas em diversos pontos da cordilheira Sierra Sur de Jaén e são protegidas como patrimônio cultural. O ato está sendo tratado como um crime contra o patrimônio histórico.

A investigação foi iniciada em maio pelo Serviço de Proteção à Natureza da Guardia Civil (Seprona), após as fotos serem vistas online. As imagens mostravam que havia sido despejada água sobre as pinturas rupestres, com o objetivo de melhorar a visibilidade e a qualidade das fotografias.

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Um membro da Guarda Civil da Espanha em uma das cavernas. Crédito: La Guardia Civil

Arte rupestre em calcário é sensível à água

Essas pinturas foram feitas em rochas de calcário, material que possui sais solúveis em água. Quando a água entra em contato com o calcário, os sais se dissolvem e, ao evaporar, formam uma crosta na superfície, causando danos que podem ser irreparáveis, de acordo com as autoridades.

Obras de restauro, em 2022, das pinturas rupestres do sítio de Vacas del Retamoso após um ato de vandalismo com spray. Crédito: Junta de Andalucía

A Guarda Civil, responsável pela proteção do patrimônio histórico espanhol, pediu à população que reporte quaisquer sinais de danos ou atos de vandalismo em sítios arqueológicos.

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Casos similares de danos em patrimônios históricos também foram registrados na Itália. Em setembro, um turista alemão de 22 anos foi detido em Florença, acusado de danificar uma estátua na Fonte de Netuno, do século 16. O jovem teria escalado uma barreira de proteção para posar na estátua enquanto amigos fotografavam a cena. As autoridades identificaram o ato através de imagens câmeras de vigilância.

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No ano passado, aqui no Brasil, o Rio Negro, em Manaus, atingiu o nível mais baixo em 121 anos, revelando gravuras rupestres esculpidas em paredes rochosas há mais de mil anos – algumas das quais foram pintadas por um historiador, causando revolta e abrindo uma discussão sobre a necessidade de preservação da história da região.