Nesta sexta-feira (9), o Centro de Previsão do Tempo Espacial (SWPC) da Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA anunciou que o lado do Sol voltado para a Terra está com quase 300 manchas (regiões que podem explodir) – o maior número em mais de 20 anos.

A quantidade no lado oposto pode ser ainda maior. Mapas heliossísmicos da face oculta revelam vastas áreas de atividade potencial de manchas solares:

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Na parte central do mapa (cinza), o lado visível do Sol; nas laterais, o lado oculto. Crédito: SWPC/NOAA

Na imagem acima, as áreas apontadas com setas são manchas tão grandes que afetam a maneira como toda a estrela vibra. O Observatório de Dinâmicas Solares (SDO), da NASA, pode medir as vibrações, permitindo que os heliossismólogos identifiquem grupos de regiões ativas distantes, mesmo invisíveis da Terra. 

O número não oficial de manchas diárias estimadas pelo SWPC na quinta-feira (8) foi de 337, um valor não observado desde março de 2001. No entanto, a informação oficial é determinada pelo Índice de Manchas Solares e Observações Solares de Longo Prazo do World Data Center (WDC-SILSO) e seu Centro de Dados de Influências Solares (SIDC) no Observatório Real da Bélgica, que apontou 299. Em 1º de setembro, será apresentado o relatório final com o número definitivo.

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Leia mais:

Regiões mais ativas do Sol em 9 de agosto de 2024. Créditos: Cortesia da NASA / SDO e das equipes científicas AIA, EVE e HMI, com rotulagem da plataforma EarthSky.

Vamos entender:

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  • Os campos magnéticos do Sol estão em constante atividade;
  • Quando ocorrem altas concentrações de energia magnética interna, aparecem manchas escuras no astro;
  • Essas manchas podem explodir em consequência da pressão interna dos campos magnéticos se emaranhando;
  • Quando isso acontece, o astro dispara jatos de plasma para o espaço;
  • Esses jatos também são chamados de ejeção de massa coronal (CME);
  • Se as CMEs são lançadas em direção à Terra, podem atingir a atmosfera do planeta e reagir com a magnetosfera;
  • Isso provoca tempestades geomagnéticas;
  • A depender da potência, essas tempestades podem ocasionar desde a formação de auroras até efeitos mais graves, como interrupções em sistemas de comunicação ou mesmo derrubar satélites em órbita;
  • A atividade solar oscila em ciclos de cerca de 11 anos;
  • Atualmente, estamos no ciclo 25 (ou seja, o 25º desde que os cientistas começaram a observar essa dinâmica);
  • Próximo ao pico de cada ciclo (Máximo Solar), nossa estrela fica mais “furiosa”;
  • Isso quer dizer que as erupções surgem em maior número e são mais violentas;
  • O Máximo Solar do ciclo atual era previsto para o ano que vem, mas tudo indica que, além de ter chegado mais cedo, ainda será mais forte do que o estimado pelos cientistas em 2019.

Como é definido o máximo solar

Para determinar quando o máximo solar ocorre, os pesquisadores se baseiam em registros históricos de longo prazo do número de manchas , estatísticas avançadas e modelos do dínamo solar – o fluxo de gases quentes e ionizados dentro do astro que geram o campo magnético do astro que, por sua vez, impulsiona o ciclo solar.

Previsões precisas da atividade solar são fundamentais, pois tempestades geomagnéticas desencadeadas pelas CMEs podem afetar redes elétricas e sinais de rádio e GPS, tirar satélites do lugar e representar um risco de radiação para pilotos de aviões e astronautas na órbita da Terra. 

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O aviso prévio de eventos climáticos espaciais pode ajudar a implementar procedimentos de proteção para reduzir os riscos.