Há apenas cerca de 100 anos, a humanidade fez uma descoberta revolucionária: a existência de outras galáxias. O responsável por isso foi o astrônomo Edwin Hubble, que, ao observar um tipo de estrela chamada variável Cefeida na galáxia de Andrômeda, conseguiu medir sua distância. 

A partir dessa descoberta, a astronomia avançou significativamente, permitindo que os cientistas explorassem mais profundamente não apenas Andrômeda, como também os aproximadamente dois trilhões de galáxias estimadas no Universo observável.

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Um dos fatos mais intrigantes sobre Andrômeda, a galáxia mais próxima da Via Láctea, é que elas estão em rota de colisão. Segundo a NASA, esse choque deve ocorrer em cerca de quatro bilhões de anos, quando Andrômeda, viajando a impressionantes 402.336 km/h, vai impactar frontalmente com a Via Láctea. 

A galáxia de Andrômeda, vizinha mais próxima da Via Láctea, é o objeto mais distante do céu possível de se ver a olho nu. Crédito: Tragoolchitr Jittasaiyapan – Shutterstock

Sistema Solar sobrevive à colisão das galáxias, mas muda de lugar no cosmos

Essa colisão dará origem a uma nova galáxia elíptica, formada pela mistura das estrelas de ambas as galáxias fundidas. Apesar da magnitude do evento, há boas notícias: nosso Sistema Solar, incluindo a Terra, deve sobreviver, embora em novas coordenadas no cosmos. No entanto, essa previsão é baseada em observações que continuam sendo aprimoradas. 

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Um estudo disponibilizado no fim do mês passado no servidor de pré-impressão arXiv, ainda em fase de revisão, analisou os dados mais recentes obtidos pelos telescópios espaciais Gaia e Hubble, além de novas estimativas das massas das galáxias do Grupo Local, que inclui Andrômeda e a Via Láctea. 

Com a pesquisa, os cientistas envolvidos tentaram entender melhor como esse grupo de galáxias vai evoluir nos próximos 10 bilhões de anos e identificar possíveis incertezas nessa evolução.

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Chances de colisão de Andrômeda com a Via Láctea são de 50%

O estudo destaca que prever fusões galácticas futuras depende de compreender as coordenadas atuais, velocidades e massas das galáxias envolvidas. Além da força gravitacional, o atrito dinâmico, que transfere energia cinética orbital para energia interna, desempenha um papel crucial na preparação para essas fusões. 

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As incertezas sobre a posição e o movimento de Andrômeda e da galáxia Messier 33 (M33) sugerem que há uma chance significativa de que a colisão com a Via Láctea não ocorra nos próximos 10 bilhões de anos. De fato, o estudo aponta uma probabilidade de cerca de 50% de que não haja fusão.

Os cientistas responsáveis pelo estudo, no entanto, são cautelosos e destacam a necessidade de mais observações para determinar com precisão o futuro de Andrômeda e sua relação com a Via Láctea.