Os lançamentos da Starship, da SpaceX, nas instalações da empresa perto de Boca Chica, Texas, supostamente contaminaram corpos d’água locais com mercúrio durante anos. As informações sobre o caso são da CNBC, que cita documentos internos e comunicações entre reguladores locais do Texas e a Agência de Proteção Ambiental dos EUA.
A Agência de Proteção Ambiental (EPA) e a Comissão de Qualidade Ambiental do Texas (TCEQ) já teriam, inclusive, emitido advertências e pedidos para que a contaminação por mercúrio cessasse.
Uma reclamação foi apresentada ao TCEQ há pouco mais de um ano, em 6 de agosto de 2023. Alegadamente, 14 incidentes separados são citados na carta sobre “impactos ambientais do sistema de dilúvio das instalações” decorrentes da “descarga de água de dilúvio sem autorização do TCEQ”.
Os sistemas de dilúvio de água funcionam em conjunto com defletores de chama para mitigar o intenso calor, energia e som que acompanham o lançamento de foguetes orbitais, como a Starship.
Apesar da Starship possuir 33 motores movidos a metano e oxigênio líquido que geram empuxo coletivo de 16,7 milhões de libras, tal sistema não foi instalado na base de Boca Chica antes de seu primeiro lançamento, embora agora estejam em vigor.
O teste inicial supostamente danificou locais de nidificação e migração de espécies ameaçadas de extinção e causou um incêndio no Parque Estadual de Boca Chica.
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SpaceX ignorou advertência das autoridades
- Antes de seu segundo lançamento, a SpaceX teria burlado os processos de autorização regulamentar relativos aos limites de descarga de poluentes;
- A empresa de foguetes também não teria fornecido planos para tratar as águas residuais;
- A EPA emitiu à SpaceX notificação formal de violação em 13 de março de 2024, mas, ainda assim, a empresa prosseguiu com outro lançamento, no dia seguinte, usando o sistema não autorizado de dilúvio de água;
- Os residentes de Boca Chica expressaram frequentemente preocupações sobre as condições potencialmente perigosas criadas pelos motores da Starship.
Em comunicado nesta segunda-feira (12), a SpaceX escreveu que o sistema de dilúvio “não causa danos ao meio ambiente”. A empresa disse que outras licenças obtidas pela SpaceX servem como autorização para seu uso.
A FAA, agência de aviação dos EUA, não comentou o caso oficialmente, mas anunciou que está adiando as reuniões públicas que estavam planejadas para esta semana, que serviriam para a avaliação ambiental do plano da SpaceX de aumentar os lançamentos e pousos de suas naves.
Esta avaliação da FAA, que agora poderia estar ameaçada devido à poluição da água no Texas, é crucial para os planos da SpaceX de aumentar seus lançamentos. A FAA não explicou o motivo dos adiamentos e disse que novas datas serão anunciadas no futuro.
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