O Banco Central (BC) está trabalhando no Drex, nova moeda digital do Brasil, que deve ser lançada em 2025 após alguns adiamentos.

Podendo impactar fortemente a dinâmica das transações financeiras, a novidade deverá oferecer vários benefícios para a digitalização do comércio no Brasil (setor onde mais deve atuar), desde redução de custos operacionais para as empresas, até a praticidade na realização de pagamentos, mas possui alguns desafios pela frente.

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Felipe Negri, CEO do Pinbank, afirma que o maior deles tem a ver com a necessidade de mudança de mentalidade no setor. “Assim como o surgimento do Pix alterou como nos relacionamos financeiramente, o Drex, provavelmente, seguirá o mesmo caminho, mas com mais destaque nas transações comerciais, complementando o papel do Real com mais segurança e eficiência para organizações e clientes”, pontua.

Drex
Drex deve ser lançado no ano que vem (Imagem: Sidney de Almeida/ Shutterstock)

Desenvolvimento do Drex

  • Na primeira fase de testes do Drex, foram avaliados aspectos técnicos e operacionais;
  • Agora, na segunda fase, o BC está testando funcionalidades mais complexas, tais como pagamentos instantâneos e integração com sistemas financeiros atuais;
  • Um consórcio liderado pela TecBan também participa dessa testagem.

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“Os testes são cruciais para ajustar detalhes que certificarão as funcionalidades e a confiabilidade do Drex quando for lançado para o público, inclusive, no que diz respeito ao uso responsável e otimizado dos dados dos usuários”, ressalta Negri.

Mesmo com grande potencial de sua futura moeda digital, o BC precisa realizar ações para solidificá-la em todo o Brasil após o lançamento. Para Negri, a educação financeira da população e das empresas do setor é uma delas, pois as operações precisarão ser intermediadas por terceiros, como bancos, instituições de pagamento e fintechs.

“O Drex só entregará todas as vantagens que promete se o mercado financeiro promover formas para acessibilizar esse serviço. É uma ferramenta que precisa ter a capacidade de atingir qualquer pessoa ou organização. Portanto, os grupos que obtiverem a licença para operá-lo deverão se tornar parceiros dos seus clientes”, complementa.

Negri relembra ainda que outros países estão testando novas moedas digitais e formatos para implementá-las. Por conta disso, é primordial que o BC e as instituições financeiras acompanhem as tendências do mercado e realizem melhorias em suas tecnologias e estratégias.

“É importante seguir exemplos de outros mercados financeiros para conseguir realçar as vantagens da economia digital. Com essa lógica de acompanhamento e atualização constante, o Drex será decisivo para oferecer nova visão do dinheiro e das relações comerciais a milhões de brasileiros”, finaliza.

Homem contando notas de 50 reais
Moeda digital brasileira deve facilitar as coisas para o comércio (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)