Silvio Santos, o carismático apresentador que se tornou um dos maiores nomes da televisão brasileira, faleceu neste sábado (17), aos 93 anos, após ser internado no Hospital Albert Einstein no início de agosto. A notícia, confirmada pelo SBT, encerra a trajetória de um dos mais influentes empresários de comunicação do país, marcada por décadas de inovação e entretenimento dominical.

Senor Abravanel, conhecido popularmente como Silvio Santos, não apenas conquistou corações com seu jeito único de conduzir programas, mas também se destacou como um visionário nos negócios, dirigindo um conglomerado que incluía a rede SBT, além de empreendimentos em diversos outros setores.

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Na virada do milênio, Silvio Santos aventurou-se no mundo da tecnologia com o lançamento do “Computador do Milhão”. O projeto, que se alinhou com o popular programa de TV “Show do Milhão”, foi desenvolvido em parceria com a Microsoft e lançado em 2001, buscando promover a inclusão digital nas classes média e baixa do Brasil.

Se você tem pressa:

  • Iniciativa inovadora: Silvio Santos, em parceria com a Microsoft, lançou o Computador do Milhão em 2001, buscando tornar a tecnologia mais acessível.
  • Especificações e acesso: o computador, considerado acessível para a época, possuía configurações básicas e oferecia financiamento facilitado através do Banco PanAmericano.
  • Impacto e desfecho: apesar do sucesso inicial com alto interesse do público, o projeto enfrentou desafios operacionais e eventualmente declinou, coincidindo com problemas financeiros do fabricante Metron.

Como era o Computador do Milhão?

Computador do milhão
Imagem: Reprodução

O Computador do Milhão foi uma resposta direta ao crescente interesse dos brasileiros pela internet e computação pessoal no final dos anos 90. Com uma proposta de preço acessível, o computador custava R$ 1.928 à vista ou podia ser financiado em até 36 parcelas de R$ 88.

As especificações do Computador do Milhão incluíam uma ficha técnica que, embora modesta, era suficiente para as necessidades básicas da época:

  • Processador Intel Celeron de 700 MHz; 
  • 64 MB de memória RAM; 
  • 10 GB de disco rígido; 
  • CD-ROM de 52X; 
  • Fax/modem de 56 Kbps (lembre-se que, na época, a internet era via conexão discada); 
  • Monitor LG de 15 polegadas; 
  • Impressora colorida jato de tinta Lexmark Z22; 
  • Sistema operacional Microsoft Windows ME e programas MS Works 6.0, MS Atlas e Enciclopédia Encarta 2001 e o CD-ROM do Show do Milhão.

O lançamento do produto foi marcado por uma demanda esmagadora, com quase 800 mil ligações de interessados no primeiro mês. No entanto, apenas uma fração dessas ligações foi atendida devido à insuficiência da estrutura de call center. Esse problema levou a uma revisão do sistema de atendimento, com Silvio Santos pessoalmente reconhecendo e abordando as falhas durante seu programa.

Veja abaixo um comercial do equipamento:

Fim do Computador do Milhão

O interesse inicial não se traduziu em sucesso sustentável. Nos primeiros 45 dias, foram vendidos 16.700 computadores, um número abaixo das expectativas que visavam 500 mil unidades no primeiro ano.

Aumentos subsequentes no preço e melhorias nas especificações não foram suficientes para revitalizar as vendas. A Metron, fabricante do computador, enfrentou problemas financeiros graves que culminaram em uma investigação de contrabando e pedido de concordata preventiva em 2003.

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No início de outubro de 2005, o Grupo Silvio Santos lançou uma nova empreitada tecnológica, o Computador Total, buscando revitalizar sua incursão no mercado de informática após as experiências anteriores com o Computador do Milhão.

Com especificações atualizadas, como um processador Celeron D M3700 de 2,13 GHz e 256 MB de memória RAM, o novo computador era oferecido com opções de pagamento flexíveis, incluindo consórcio e financiamento através do Banco PanAmericano.

A estratégia incluía não apenas facilitar o acesso à tecnologia, mas também integrar uma série de benefícios que iam além do hardware, como seguro de proteção financeira e acesso gratuito à internet por um ano.

Com informações do Tilt, Folha de S. Paulo e TI Inside.