Mais de 8 mil ataques virtuais foram feitos contra atletas nas Olimpíadas de Paris

COI utilizou inteligência artificial para monitorar posts ofensivos feitos nas redes sociais contra atletas durante as Olimpíadas de Paris
Lucas Soares18/08/2024 16h40
Ataques nas Olimpíadas
Ataques nas Olimpíadas (Imagem: Shutterstock)
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A violência digital chegou também ao esporte. Durante as Olimpíadas de Paris, o sistema de monitoramento por inteligência artificial (IA) do Comitê Olímpico Internacional (COI) encontrou mais de 8.500 ataques virtuais direcionados a atletas e membros das delegações que participaram do evento.

Em nota divulgada no último sábado (17), o COI lamentou a quantidade de posts com ofensas e ataques direcionados a atletas durante o evento. O órgão destacou que os competidores estavam dando o melhor de si e que esse tipo de violência não se encaixa nos valores do esporte olímpico. 

É profundamente preocupante que também tenhamos testemunhado um volume significativo de assédio, abuso e ataques, em particular on-line, dirigidos a atletas e membros da sua comitiva. Muitos atletas foram submetidos a estes ataques, apesar de terem dado o seu melhor em campo e de respeitarem integralmente as regras dos seus eventos.

Comitê Olímpico Internacional (COI)

Os ataques incluíram fake news, como as direcionadas as boxeadoras Imane Khelif, da Argélia, e Lin Yu-Ting, de Taiwan, que foram apontadas falsamente como transexuais na internet. As competidoras têm hiperandrogenismo, uma condição comum das pessoas do sexo feminino em idade reprodutiva caracterizada pelo excesso de andrógenos como testosterona.

Outros ataques de ódio marcantes ocorreram contra as ginastas Jordan Chiles, dos Estados Unidos, e Ana Barbosu, da Romênia, que tiveram as medalhas trocadas após uma revisão de notas, além da australiana Rachael Gunn, atleta de breakdance, que tirou zero durante a competição e foi alvo de piadas nas redes sociais.

paris 2024
(Imagem: QubixStudio / Shutterstock.com)

Olimpíadas e a IA contra ataques virtuais

O COI destacou na nota que só conseguiu identificar os mais de 8 mil ataques contra os atletas durante os jogos com a ajuda de um sistema de inteligência artificial, já que monitorar manualmente as milhares de menções contra centenas de atletas de dezenas de países em idiomas diferentes seria humanamente impossível.

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“Embora estejamos satisfeitos por termos apoiado a implementação de um sistema alimentado por IA para detectar e responder ao abuso on-line direcionado a atletas e membros de sua comitiva durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, estamos profundamente tristes que durante os Jogos Olímpicos mais de 8.500 postagens abusivas direcionadas foram verificados e tiveram que ser relacionadas para ações futuras”, completa a nota.

O órgão finaliza indicando que, se você for um atleta olímpico ou paralímpico de Paris 2024 e precisa falar com alguém, a linha de ajuda do Mentally Fit é gratuita, confidencial e está disponível para você 24 horas por dia, 7 dias por semana neste link: athlete365.org/mentally-fit-helpline.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.