Resultados divulgados em um novo estudo contestam a teoria de que beber álcool moderadamente reduz os riscos à saúde e pode até ser benéfico em alguns casos. De acordo com os pesquisadores, a simples ingestão destas bebidas (independente da quantidade) já pode prejudicar a longevidade.

Não importa qual bebida é ingerida

  • Ainda de acordo com a equipe responsável pelo trabalho, o risco está associado ao álcool, não importa o tipo de drinque ou bebida.
  • Quanto maior o consumo, pior, mas quantidades pequenas também trazem problemas de saúde.
  • O trabalho analisou 135 mil indivíduos acima dos 60 anos e que têm costume de beber álcool.
  • Em média, os homens desse grupo ingeriam mais de 40 ml e as mulheres, 20 ml.
  • Mesmo os que optaram pela moderação apresentaram índices mais altos de mortalidade em relação a quem não tem o costume de beber.
  • Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista JAMA Network Open.
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Todos os tipos de bebida alcoólica trazem riscos à saúde (Imagem: View Apart/Shutterstock)

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Casos de câncer têm relação com o consumo de álcool

No Brasil, são 90 mil mortes por ano ligadas ao álcool. no mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima 2,6 milhões de óbitos anuais.

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Sete tipos de câncer são diretamente vinculados à ingestão de bebida: boca, faringe, laringe, esôfago, fígado, mama e colorretal. Além disso, há evidências consistentes que o relacionam ao surgimento de câncer no pâncreas.

Consumo de álcool é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de câncer (Imagem: Ebrahim Lotfi/Shutterstock)

Um outro estudo recente, da Sociedade Americana do Câncer, estime que 40% de todos os casos de câncer em pessoas acima dos 30 anos nos EUA estão associados a fatores de risco modificáveis, como fumo, álcool, sedentarismo, consumo de carne processada e obesidade. O cigarro está no topo destes casos, seguido pelo excesso de peso e pela bebida.

Os números ainda apontam que haverá um aumento de 84% no número de casos (de 10,3 milhões para 19 milhões) e de 93% nas mortes: de 5,4 milhões para 10,5 milhões, com o agravante de que as disparidades socioeconômicas só aumentarão as diferenças entre os pacientes.