A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a mpox como uma nova emergência global. O alerta foi emitido depois da rápida propagação da variante 1B do vírus, mais contagiosa, na República Democrática do Congo, e de confirmação dos primeiros casos na Europa. Mas qual é a situação no Brasil?

Não é preciso entrar em pânico, defendem especialistas

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o país está no nível 1 de emergência da mpox, mas reforçou que isso é apenas um sinal de alerta. Ou seja, não é preciso que a população entre em pânico diante da situação.

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Oficialmente, não existem casos reportados em território brasileiro. No entanto, o aumento de infecções em países africanos, asiáticos e até europeus precisam servir de alerta, segundo avaliação do professor Expedito Luna, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP.

Segundo ele, existe a possibilidade de chegada da doença ao Brasil devido ao intenso fluxo internacional de viajantes. E, neste sentido, é praticamente impossível barrar esta entrada, o que deve acontecer em algum momento.

varíola dos macacos
Mpox já circula em diversos continentes, mas ainda não chegou oficialmente ao Brasil (Imagem: Arif biswas/Shutterstock)

Por isso, o professor defende que o país precisa estar preparado. Ele explica que, atualmente, o Brasil está tomando precauções. Uma delas é a priorização da vacinação de profissionais de saúde contra a varíola, que oferece uma proteção cruzada contra a mpox. Luna destaca que são estas pessoas que terão o primeiro contato com os casos suspeitos e precisam desta proteção.

Ainda de acordo com o especialista, embora a vacina seja limitada, o número de casos de infecção pelo vírus caiu significativamente desde seu pico em 2022. As informações são do Jornal da USP.

No momento, não há indícios de que o clado 2 (variante mais transmissível do vírus) tenha chegado ao Brasil, mas as autoridades de saúde permanecem vigilantes e a população deve seguir as orientações das autoridades para buscar atendimento médico caso apresentem sintomas compatíveis com a mpox, como lesões de pele que evoluem para bolhas e crostas. A recomendação é que a população mantenha a calma e continue acompanhando as orientações das autoridades sanitárias. Em caso de sintomas, é crucial procurar um serviço de saúde para diagnóstico e orientação adequados.

Expedito Luna, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP

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Sintoma mais comum da doença são as erupções cutâneas (Imagem: Irina Starikova3432/Shutterstock)

O que é a mpox?

  • A mpox era anteriormente conhecida como varíola dos macacos.
  • O nome foi alterado pela OMS no final de 2022.
  • Trata-se de um vírus que causa lesões na pele do rosto, podendo se espalhar para outras partes do corpo, incluindo a região genital.
  • Outros sintomas incluem febre, fadiga e dores.
  • A doença foi descoberta pela primeira vez no final da década de 1950.
  • Desde então, há evidências de que o vírus passou por mutações, principalmente nos últimos três a quatro anos, que permitiram uma transmissão entre humanos com mais facilidade.
  • Apesar do aumento nas mutações e na transmissão, mais da metade das variantes do vírus detectadas entre 2018 e 2022 são consideradas “silenciosas”, porque não alteram nenhuma das proteínas virais necessárias para escapar das células do nosso sistema imunológico.
  • A mpox tem transmissão peculiar: depende do contato físico próximo e prolongado.
  • Ainda não há tratamento específico para doença.
  • Assim como alguns outros vírus, incluindo a Covid-19, a gravidade depende da idade e condição de saúde da pessoa infectada.