As discussões sobre a autenticidade de uma nova obra de arte criada por Tarsila do Amaral chegaram ao fim. Após alguns especialistas afirmarem que a tela era falsa, uma perícia científica concluiu que a produção é autêntica.

“Paisagem 1925” foi criada no momento mais produtivo de Tarsila do Amaral

  • A obra é intitulada “Paisagem 1925” e teve a autenticidade confirmada e certificada pelo novo Comitê do Projeto de Certificação e Catalogação da artista.
  • Ela data de 1925, ano muito produtivo da pintora, quando Tarsila criou os quadros mais representativos da fase pau-brasil.
  • O impasse sobre a autoria da tela tomou proporção nacional e internacional porque a obra não estava no catálogo raisonné de Tarsila.
  • No entanto, a ausência de uma pintura no documento não a significa, necessariamente, que seja falsa.
  • Cerca de 400 obras de Candido Portinari, por exemplo, foram descobertas após a publicação do seu catálogo.
  • As informações são do Metrópoles.
“Abaporu” é uma das obras mais famosas de Tarsila do Amaral (Imagem: Ailton teodoro/Shutterstock)

Leia mais

publicidade

Novo método rompe com os procedimentos do passado

O processo adotado para a certificação da nova obra vai no sentido contrário do que era feito anteriormente. Até agora, este trabalho era centrado nas observações históricas, visuais e estéticas determinadas por uma conclusão subjetiva apoiada na autoridade de um connoisseur (especialista no assunto).

O novo método, por sua vez, adota expertise jurídica para atestar a legalidade da obra, além da ciência para realizar exames físico-químicos, como radiografia, espectrografia, escaneamento, e estéticos, que leva em conta as concepções dos artistas. O trabalho contou com a parceria da Universidade de São Paulo (USP) e do Laboratório Móvel de Análises de Obras de Arte do Instituto Federal do Rio de Janeiro da Universidade Federal Fluminense.

Representação de um perito analisando uma obra de arte (Imagem feita com inteligência Artificial. Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital/DALL-E)

O proprietário da nova obra revelada é Moisés Mikhael Abou Jnaid, brasileiro-libanês com dupla nacionalidade. A tela foi um presente do seu avô, Mikael Mehlem Abouij Naid, para sua futura esposa, Beatriz Maluf, em comemoração ao matrimônio realizado em Piraju, interior de São Paulo.

A obra ficou no Brasil até 1976, quando a família retornou à Zahle, terceira maior cidade do Líbano. Foi apenas em dezembro de 2023 que a tela desembarcou definitivamente ao território brasileiro..