O primeiro estágio do foguete inaugural da Rocket Factory Augsburg (RFA) foi destruído durante um teste de fogo estático na segunda-feira (19), nas Ilhas Shetland, arquipélago da Escócia, marcando um significativo revés para a empresa alemã, que estava prestes a realizar seu primeiro lançamento. 

A RFA divulgou a informação em um comunicado no X (antigo Twitter), confirmando que o incidente não resultou em feridos, tanto entre os funcionários da empresa quanto entre os do espaçoporto SaxaVord. “Estamos trabalhando com o Espaçoporto SaxaVord e com as autoridades para coletar dados e informações para eventualmente descobrir o que aconteceu”, diz a publicação.

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Um vídeo divulgado pela BBC mostra o momento do teste, que parece culminar em uma deflagração na base do estágio, possivelmente em um dos motores Helix. As imagens revelam chamas saindo do foguete, que posteriormente é completamente envolvido pelo fogo, resultando em uma explosão.

Apesar do incidente, a RFA declarou que a plataforma de lançamento foi preservada e que a situação está sob controle, com todos os riscos imediatos atenuados. A empresa destacou que está colaborando com o espaçoporto e as autoridades locais para entender as causas do acidente e tomar as medidas necessárias para evitar que isso ocorra novamente.

Em maio, foi feito com sucesso um teste de fogo estático com quatro dos nove motores Helix instalados no primeiro estágio. Para o teste mais recente, todos os nove motores haviam sido instalados, embora a RFA não tenha especificado se todos foram acionados durante o teste.

Foguete da RFA, que seria lançado em setembro, explode em teste de motor. Crédito: RFA

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Foguete seria lançado em setembro

O hardware destruído no incidente não era um protótipo, mas sim o equipamento de voo destinado ao primeiro lançamento. A empresa admitiu que sua abordagem com foco em testes reais envolve maiores riscos, mas expressou confiança em retomar as operações normais o mais rápido possível.

A RFA estava se preparando para sua primeira tentativa de lançamento orbital, inicialmente prevista para setembro. Marco Fuchs, CEO da OHB, empresa que detém quase 65% da RFA, havia afirmado em uma teleconferência no início de agosto que a tentativa de lançamento estava “a semanas” de distância, com todos os motores Helix instalados e os estágios restantes do foguete já testados e prontos no espaçoporto.

Até o incidente, a RFA era considerada líder entre as startups europeias que buscam realizar lançamentos orbitais. Concorrentes como HyImpulse, Isar Aerospace, PLD Space e Orbex também estão na disputa, mas com cronogramas de lançamento mais longos, planejados para 2025.