Classificada recentemente pala Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma nova emergência global, a mpox tem atraído a atenção de cientistas. O objetivo é criar formas de impedir a rápida propagação da variante 1B do vírus, mais contagiosa e que já foi registrada na República Democrática do Congo, além de outros países da África, Ásia e até na Europa.

Imunizante pode ser disponibilizado no SUS no futuro

Aqui no Brasil, pesquisadores do Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já estão avançados neste sentido. A equipe conseguiu desenvolver uma vacina nacional contra a doença.

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A iniciativa faz parte da Rede Vírus, um comitê de especialistas em virologia que foi reunido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). No entanto, nenhum teste com humanos foi realizado até o momento.

Os cientistas da UFMG receberam do Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos um material conhecido como vírus-semente. O patógeno é um vírus semelhante ao da mpox atenuado, chamado de Vaccínia Ankara Modificado, é usado como base da vacina.

O objetivo da equipe brasileira agora é replicar o vírus-semente em laboratório para poder produzir imunizantes em grande escala. Isso permitiria que o Ministério da Saúde adote a vacina no Sistema Único de Saúde (SUS).

Nova variante mais transmissível do mpox foi identificada (Imagem: QINQIE99/Shutterstock)

Segundo a OMS, existem duas vacinas autorizadas para o uso no combate da emergência global da mpox. São elas: o imunizante Jynneos, produzido pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e o imunizante é o ACAM 2000, fabricado pela farmacêutica norte-americana Emergent BioSolutions.

Apesar de serem efetivas na proteção contra a doença, falta uma capacidade maior de produção de imunizantes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a demanda por vacinas é de 10 milhões de doses apenas no continente africano.

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Sintoma mais comum da doença são as erupções cutâneas (Imagem: Irina Starikova3432/Shutterstock)

O que é a mpox?

  • A mpox era anteriormente conhecida como varíola dos macacos.
  • O nome foi alterado pela OMS no final de 2022.
  • Trata-se de um vírus que causa lesões na pele do rosto, podendo se espalhar para outras partes do corpo, incluindo a região genital.
  • Outros sintomas incluem febre, fadiga e dores.
  • A doença foi descoberta pela primeira vez no final da década de 1950.
  • Desde então, há evidências de que o vírus passou por mutações, principalmente nos últimos três a quatro anos, que permitiram uma transmissão entre humanos com mais facilidade.
  • Apesar do aumento nas mutações e na transmissão, mais da metade das variantes do vírus detectadas entre 2018 e 2022 são consideradas “silenciosas”, porque não alteram nenhuma das proteínas virais necessárias para escapar das células do nosso sistema imunológico.
  • A mpox tem transmissão peculiar: depende do contato físico próximo e prolongado.
  • Ainda não há tratamento específico para doença.
  • Assim como alguns outros vírus, incluindo a Covid-19, a gravidade depende da idade e condição de saúde da pessoa infectada.