Implante cerebral usa IA para aliviar os sintomas de Parkinson

A tecnologia usa algoritmos que detectam sintomas do Parkinson e produzem um nível personalizado de estimulação cerebral para evitá-los
Alessandro Di Lorenzo22/08/2024 05h40
Pessoa segurando seu pulso direito com a mão esquerda; na mão direita, há um copo quase cheio de água
Estímulo elétrico com intensidade de 4mA foi mais eficaz, acelerando a recuperação do controle motor (Imagem: Creative Cat Studio/Shutterstock)
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Um implante que responde a sinais cerebrais em tempo real demonstrou a capacidade de aliviar os sintomas da doença de Parkinson instantaneamente. Os resultados fazem parte de um teste limitado para saber se uso da tecnologia com inteligência artificial pode ajudar os pacientes nas tarefas do dia-a-dia.

IA faz “busca” por sintomas da doença

  • De acordo com os cientistas responsáveis pelo dispositivo, este é um exemplo de como a estimulação cerebral profunda combinada com a IA pode rastrear a atividade cerebral de um paciente em busca de tremores, rigidez dos membros e outras características ligadas à doença.
  • A abordagem desenvolvida por pesquisadores da Universidade da Califórnia-San Francisco, nos Estados Unidos, difere dos tratamentos convencionais de estimulação cerebral profunda que fornecem correntes elétricas constantes e podem levar a efeitos colaterais indesejados.
  • Ao invés disso, a nova tecnologia usa algoritmos que detectam sintomas motores e produzem um nível personalizado de estimulação cerebral para evitá-los, ajustando-se ao que o paciente precisa naquele determinado momento.
  • Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Nature.
IA pode ajudar a combater os tremores provocados pelo Parkinson (Imagem: Daisy Daisy/ Shutterstock)

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Implante também pode ser usado para amenizar outras doenças

Segundo os cientistas, o novo dispositivo reduziu os movimentos involuntários e outros sintomas do Parkinson em 50% em quatro pacientes que apresentam a doença há pelo menos 10 anos. Os algoritmos adaptativos permitiram “mudanças dinâmicas”, respondendo ao que seu cérebro está fazendo, segundo a segundo, minuto a minuto.

Apesar dos resultados promissores, a tecnologia não muda a trajetória da doença degenerativa. Além disso, existem desafios significativos para tornar a terapia amplamente disponível.

Mal de Parkinson
Mal de Parkinson é uma doença degenerativa (Imagem: Jne Valokuvaus/Shutterstock)

A ideia é que a ferramenta se torne amplamente disponível nos próximos dois anos, à medida que as empresas avançam em direção à aprovação regulatória para o software necessário. Além da doença de Parkinson, o dispositivo poderia ser utilizado em pacientes com depressão, dor crônica e transtorno obsessivo-compulsivo.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.