O Curioso Caso de Benjamin Button conta a história de um homem que nasce idoso e rejuvenesce com o passar dos anos. O longa de 2008, vencedor de 3 estatuetas do Oscar (Melhor design de produção, Melhor maquiagem e Melhores efeitos visuais) virou uma espécie de referência da cultura pop. Quase todo mundo sabe o que significa Benjamin Button. Ou fala para alguém que está parecendo mais novo que ele é um Benjamin Button.

Todo o roteiro do filme é ficcional, embora exista uma doença genética rara, a síndrome de Hutchinson-Gilford, que acelera o processo de envelhecimento em cerca de sete vezes. Aí temos uma criança com aparência de velho (como no cinema). Ela, no entanto, não rejuvenesce – e costuma morrer cedo, por volta dos 16 anos de idade.

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Na natureza, por outro lado, podemos encontrar algumas criaturas que repetem as características da personagem de Brad Pitt. A literatura apontava até agora para dois seres com a capacidade de se desenvolver para trás quando adultos: a água-viva imortal (Turritopsis dohrnii) e uma espécie de tênia que dá em cães (Echinococcus granulosus).

Até agora. Cientistas da Universidade de Bergen, na Noruega, acabam de identificar uma terceira espécie capaz de tal feito. E ela é uma outra água-viva, conhecida como noz-do-mar e que vive no Oceano Atlântico.

Esse é um dos ‘Benjamin Buttons’ da natureza – Imagem: Dan_Manila/Shutterstock

Espécie consegue voltar para a fase larval

  • A Mnemiopsis leidyi utiliza esse mecanismo como forma de sobrevivência.
  • Os cientistas fizeram alguns testes e perceberam que a noz-do-mar pode voltar para a sua fase larval quando a comida é escassa ou quando ela está ferida.
  • Na fase larval, a espécie tem dois tentáculos para capturar comida.
  • Já na forma adulta, ela se parece com um pequeno par de pulmões transparentes – e não tem esses tentáculos.
  • Durante os testes, 65 dessas águas-vivas foram colocadas em situações de adversidade.
  • Todas encolheram em pequenas bolhas, mas não morreram.
  • E 13 delas voltaram a apresentar tentáculos, confirmando a tese dos pesquisadores.
  • Vale destacar que o trabalho ainda não passou por revisão de outros cientistas.
  • Você pode acessar o artigo científico na íntegra clicando neste link aqui.
O filme é uma história de ficção, mas temos casos de envelhecimento reverso na vida real – Imagem: Divulgação/Warner Bros. Pictures

Um problema ambiental

A capacidade de ser Benjamin Button torna essas águas-vivas criaturas bastante resistentes. É difícil matar uma delas: se ficam feridas, voltam para a forma de larva e se recuperam. Se passam fome, fazem a mesma coisa.

Apesar de admirável, essa resiliência se mostrou um problema em partes da Europa e da Ásia. Isso porque a espécie invadiu outros habitats – e está competindo por comida com criaturas nativas.

A noz-do-mar vive originalmente no Oceano Atlântico ocidental, mas a espécie se espalhou pelos mares Negro, Cáspio, Mediterrâneo, Báltico e do Norte.

Os cientistas acreditam que elas conseguiram ir tão longe graças aos navios. Suas características biológicas permitiram que elas sobrevivessem na água de lastro de cargueiros, mesmo em um ambiente sem alimentos.

No fim, estamos falando de um problema criado pela ação do homem. Assim como vários outros… A culpa nunca foi do Benjamin Button da natureza.

As informações são do Live Science.