Em um estudo com camundongos, pesquisadores descobriram que roedores que jejuaram por 24 horas antes de comer apresentaram um risco significativo de desenvolver tumores pré-cancerígenos no intestino.

Esse aumento no risco pode estar relacionado ao estágio de “realimentação”, que faz com que as células intestinais se tornem hiperativas e mais propensas a mutações que podem causar câncer.

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O Dr. Omer Yilmaz, biólogo do MIT e líder do estudo, ressaltou que a pesquisa foi conduzida apenas em camundongos, o que limita a comparação direta com humanos.

No entanto, ele sugeriu que aqueles que praticam jejum intermitente devem evitar alimentos potencialmente prejudiciais, como carne vermelha carbonizada, que tem sido associada ao aumento do câncer de cólon em jovens.

Jejum poderia elevar risco de que apareçam tumores pré-cancerígenos no intestino – Imagem: Ebrahim Lotfi/Shutterstock

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Dr. Yilmaz comentou: “É importante destacar que esta pesquisa foi realizada em camundongos e focou em mutações específicas. Em humanos, a situação é muito mais complexa. Contudo, o estudo sugere que o jejum pode ser saudável, mas a ingestão de alimentos mutagênicos após o jejum pode aumentar o risco de lesões que podem evoluir para câncer”.

O artigo, publicado na revista Nature, observou três grupos de camundongos: um grupo jejuou por 24 horas e depois comeu normalmente, outro jejuou por 24 horas e não comeu após o jejum, e o terceiro comeu normalmente durante todo o período.

Jejum e realimentação poderia multiplicar células pré-cancerígenas

  • Os cientistas analisaram células-tronco intestinais dos camundongos durante o experimento.
  • Essas células, que se dividem rapidamente para renovar o revestimento intestinal, são frequentemente associadas as células pré-cancerígenas.
  • Os resultados mostraram que as células-tronco intestinais se multiplicaram mais rapidamente no grupo que jejuou e depois comeu.

Em um experimento adicional, a equipe ativou genes relacionados ao câncer, tornando os camundongos mais suscetíveis a tumores.

Descobriu-se que os camundongos que jejuaram e depois comeram apresentaram um risco maior de desenvolver pólipos pré-cancerígenos em comparação com os camundongos que comeram normalmente ou apenas jejuaram.

Prato de comida simbolizando a janela de comida permitida durante jejum intermitente
Estudo analisou riscos e benefícios do jejum intermitente – Imagem: Vetre/Shutterstock