Os chineses estão buscando diferentes formas de driblar as sanções impostas pelos Estados Unidos. O principal objetivo de Pequim é garantir o acesso a chips semicondutores. De acordo com uma reportagem do The Wall Street Journal, os esforços da China agora estão voltados para usar produtos da Nvidia sem necessariamente importá-los para o país.

Analistas afirmam que ação chinesa não é ilegal

A publicação afirma que empresas chinesas estão trabalhando para acessar o poder de computação destes chips diretamente do exterior. Isso é possível, em diversas vezes, mascarando a identidade dos usuários e usando técnicas do mundo das criptomoedas.

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Um dos exemplos citados é o da empresa de Derek Aw, um ex-minerador de Bitcoin. Ele convenceu investidores em Dubai e nos EUA a financiar a compra de servidores de inteligência artificial que abrigam os poderosos chips H100 da Nvidia. São cerca de 300 servidores localizados em um data center em Brisbane, na Austrália, e que processam algoritmos de IA para uma empresa chinesa que não foi identificada.

Ilustração digital de GPU da Nvidia
China desenvolveu uma nova forma de acessar os chips da Nvidia do exterior (Imagem: divulgação/Nvidia)

Segundo analistas, compradores e vendedores de poder de computação, bem como os intermediários destas negociações não estão infringindo nenhuma lei. As sanções dos EUA têm como alvo as exportações de chips, equipamentos e tecnologia avançados para a China. No entanto, estas regras não proíbem que empresas chinesas ou suas afiliadas estrangeiras acessem serviços de nuvem para usar os chips da Nvidia em outras partes do mundo.

Em janeiro deste ano, o Departamento de Comércio norte-americano chegou a propor uma nova regra para impedir o treinamento de grandes modelos de IA no exterior. As empresas dos EUA, entretanto, argumentam que a regra não impediria possíveis abusos e, em vez disso, poderia minar a confiança dos clientes e enfraquecer a competitividade destas companhias.

A Nvidia se limitou a dizer que cumpre os controles de exportação dos EUA e não vende produtos sancionados para a China. Tanto o governo norte-americano quanto o chinês não se pronunciaram oficialmente sobre o assunto.

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EUA querem impedir acesso da China aos chips semicondutores (Imagem: William Potter/Shutterstock)

Disputa pela hegemonia tecnológica mundial

  • Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
  • O movimento tem sido chamado de “guerra dos chips“.
  • Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
  • Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.