A Telebras assinou um contrato com o Ministério do Trabalho e Emprego, nesta terça-feira (27), para fornecer serviços de telecomunicações para 409 agências da pasta. A iniciativa vai permitir “conectividade segura”, com “monitoramento contra ataques cibernéticos 24 horas por dia”, segundo comunicado do governo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou o Centro de Operações Espaciais Principal (Cope-P) da empresa pública, em Brasília, para acompanhar a ocasião. Estavam com o presidente os ministros Juscelino Filho (Comunicação), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Esther Dweck (Inovação em Serviços Públicos).

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O ministro Juscelino Filho ressaltou três pontos na ocasião. São eles:

  • É a primeira contratação desde a regulamentação do decreto que prioriza a estatal na prestação de serviços aos entes públicos;
  • O Ministério do Trabalho assinou o contrato porque a Telebras tinha crédito de preferência, por conta da lei, e porque sua oferta tinha o melhor preço;
  • A Telebras também deve cuidar da conectividade de escolas públicas.

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Em pronunciamento na ocasião, o presidente falou sobre o que mais está nos planos do governo no que diz respeito à Telebras. Lula disse o seguinte:

Presidente da Telebras, presidente Lula e ministro Juscelino Filho
Da esquerda para a direita: Presidente da Telebras, Frederico de Siqueira Filho; presidente Lula; e o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho (Imagem: Ricardo Stuckert/PR)

“Eu vim na Telebras porque eu quero dar um exemplo para o Brasil. A gente vai fazer com que essa empresa seja uma empresa brasileira a serviço do brasileiro, da nossa soberania, do nosso centro tecnológico, da nossa Inteligência Artificial, da concentração do nosso banco de dados, e [para] prestar serviço ao povo brasileiro.”

E o presidente foi além: “Uma empresa como essa aqui é uma garantia de que a gente pode discutir Inteligência Artificial sem precisar ficar subordinados a apenas duas ou três nações, que já estão na frente – se é verdade que a inteligência artificial nada mais é do que a quantidade de coleção de dados que as pessoas fazem.”

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O presidente também reforçou seu posicionamento contra a desestatização (conhecido popularmente como privatização). Mas apontou que, no caso da Telebras, a empresa pública deve firmar parcerias com empresas privadas.

Visão de cima de presidente Lula e funcionários em frente antena enorme durante visita à Telebras
Lula critica privatização, mas defende parceria entre empresas públicas e privadas durante evento na Telebras (Imagem: Ricardo Stuckert/PR)

“Eu acho que nós temos que trabalhar junto com a iniciativa privada”, disse Lula. “Nós temos que tirar proveito do potencial que eles têm, e oferecer para eles também as coisas que a gente tem, mas trabalhar em parceria. Eu não preciso desmontar o Estado.”

Para o presidente, Telebras e Correios são exemplos de serviços que “precisam, inexoravelmente, ser do Estado”. Lula também disse que a inclusão de empresas públicas de comunicação no programa de desestatização foi “ignorância elevada à sétima potência”.