Não foi Cleópatra! Conheça a história da mulher mais poderosa do Egito Antigo

Uma faraó se tornou uma das maiores governantes do Egito Antigo, mas teve seu legado apagado pelo seu sucessor
Alessandro Di Lorenzo28/08/2024 06h00
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Imagem: AlexAnton/Shutterstock
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O Egito Antigo foi uma das maiores civilizações da história da humanidade. E governar este poderoso império não era tarefa fácil (nem algo permitido para as mulheres). No entanto, uma faraó rompeu esta tradição e se tornou uma das maiores governantes do Egito, embora seu legado tenha sido apagado.

Uma das maiores mulheres da antiguidade teve seu legado apagado

  • Hatshepsut reinou por 21 anos durante o século XV a.C.
  • Ela foi, por exemplo, uma figura consideravelmente mais significativa na história antiga do que Cleópatra, que é mais famosa.
  • Durante seu governo, a faraó supervisionou a construção de vários monumentos deslumbrantes, incluindo o impressionante complexo funerário de Deir el-Bahri, localizado perto do Vale dos Reis.
  • Também liderou uma expedição de grande sucesso para a terra de Punt, perto do Mar Vermelho, retornando com riquezas incalculáveis, incluindo ouro, marfim e uma variedade de animais exóticos.
  • Além disso, garantiu um período de paz e prosperidade.
  • Mesmo assim, ela foi praticamente apagada da história por milhares de anos.
Estátua de Hatshepsut (Imagem: hemro/Shutterstock)

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A história de Hatshepsut

O grande desafio de Hatshepsut dizia respeito a legitimidade para governar. Filha de Tutmés I e sua esposa Ahmose, ela tornou-se governante depois de se casar com seu meio-irmão, Tutmés II. Quando ele morreu em 1479 a.C., a monarca foi nomeada regente de seu enteado Tutmés III, que era jovem demais para assumir o trono sozinho.

Apesar de se esperar que renunciasse ao poder quando o jovem rei atingisse a maioridade, Hatshepsut tinha outras ideias e se declarou faraó, mantendo o trono até sua morte em 1458 a.C. Para fortalecer sua reivindicação, ela se retratou como um homem em inúmeras estátuas e afrescos.

Quando Tutmés III finalmente teve a chance de governar, após a morte de Hatshepsut, ele começou a destruir todos os monumentos construídos em sua homenagem e apagar todas as menções ao seu nome.

Templo de Hatshepsut em Luxor (Imagem: Matyas Rehak/Shutterstock)

Foi somente em 1822 que os arqueólogos finalmente redescobriram o nome de Hatshepsut enquanto decifravam hieróglifos em Deir el-Bahri. Em 1903, o mundialmente famoso egiptólogo Howard Carter conseguiu localizar o sarcófago vazio da faraó no Vale dos Reis, embora mais um século se passasse antes que seu cadáver mumificado fosse identificado no chão de uma tumba menor nas proximidades.

Nos anos seguintes, pesquisadores encontraram os restos de vários monumentos demolidos com o nome de Hapshepsut, que muitas vezes aparece riscado ou coberto pelo de um faraó homem. Após séculos, finalmente a mulher mais poderosa do Egito Antigo recebeu os créditos por suas impressionantes façanhas.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.